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Após pedido de May, Merkel diz que não haverá mais negociações pelo Brexit

11 dez 2018 - 19h34
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A chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes da União Europeia descartaram na terça-feira a possibilidade de novas negociações para o Brexit, mas analisavam maneiras de oferecer garantias ao Reino Unido depois que a primeira-ministra Theresa May cancelou uma votação no Parlamento na qual perderia. 

Merkel e May em Berlim
 11/12/2018   REUTERS/Fabrizio Bensch
Merkel e May em Berlim 11/12/2018 REUTERS/Fabrizio Bensch
Foto: Reuters

Com menos de quatro meses para o prazo no qual o Reino Unido deve deixar a UE no dia 29 de março, o acordo do Brexit de May agonizava, abrindo perspectivas que iam desde um divórcio sem acordo ao cancelamento do Brexit. 

Um dia após abruptamente cancelar a votação, May foi até Haia para um café da manhã com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e então a Berlim para se encontrar com Merkel, que a seguiu em uma viagem para Bruxelas. 

A mensagem da UE foi clara: o bloco pode dar garantias legais sobre como irá interpretar o tratado de saída, mas não aprovará a reabertura do texto do documento. 

Donald Tusk, que irá dirigir uma cúpula da UE em Bruxelas na quinta e na sexta-feira, disse após falar com May: "É claro que os 27 Estados da UE querem ajudar. A questão é como". 

De acordo com duas fontes, Merkel disse ao seu próprio bloco parlamentar conservador na Alemanha que não haveria mais negociações, mas os esforços estavam sendo feitos para dar garantias aos britânicos. 

May disse a Merkel que não era do interesse de ninguém que o Reino Unido deixasse o bloco sem acordo, disseram fontes. 

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou: "O acordo que foi atingido é o melhor possível. É o único acordo possível. Não há mais espaço para qualquer negociação. Mas é claro que há espaço para fazer novos esclarecimentos e mais interpretações sem reabrir o acordo de retirada".

O chanceller austríaco, Sebastian Kurz, cujo país detém a presidência rotativa da UE, confirmou essa visão. O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse ao Reino Unido que o país ainda poderia revogar a decisão ou atrasar sua saída. 

VOTAÇÃO ATÉ JANEIRO

O Parlamento britânico votará na questão antes do dia 21 de janeiro, afirmou a porta-voz de May. 

A libra, que perdeu 25 centavos em relação ao dólar desde o referendo de 2016, caiu novamente em meio a informações de que May estaria enfrentando um desafio à sua liderança. 

O maior obstáculo para a aprovação é a questão da fronteira dura da Irlanda, uma política que manteria o Reino Unido em uma união alfandegária com a UE na ausência de uma maneira melhor para evitar checagens de fronteira entre a Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido, e a Irlanda, que faz parte da UE. 

Os críticos de May dizem que o acordo poderia deixar os britânicos submetidos às regras da UE indefinidamente. A UE disse que nenhum dos lados quer que a fronteira funcione dessa maneira, mas que isso tem que ser parte do acordo por via das dúvidas. 

Enquanto investidores e aliados tentavam adivinhar o destino final da quinta maior economia do mundo, parlamentares contrários a May em seu próprio partido argumentam que ela tem que deixar o governo. 

"Se não conseguirmos avançar com seu acordo (...) então eu temo que a única maneira de mudar o que foi decidido é trocar a primeira-ministra", disse o parlamentar Steve Baker, favorável ao Brexit. 

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