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Após fim de ofensiva, Trump retira sanções contra Turquia

Ancara conseguiu que curdos deixassem região fronteiriça

23 out 2019 - 13h29
(atualizado às 13h59)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou nesta quarta-feira (23) as sanções que havia imposto à Turquia por conta da incursão militar contra os curdos no nordeste da Síria.

Trump e Erdogan durante cúpula da OTAN, em Bruxelas, em julho de 2018
Trump e Erdogan durante cúpula da OTAN, em Bruxelas, em julho de 2018
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A notícia chega após Ancara ter anunciado que não retomaria a operação, uma vez que os combatentes das Forças Democráticas da Síria (SDF) completaram sua retirada da região. "Isso é algo criado por nós. Salvamos as vidas de muitos, muitos curdos", disse Trump, que é acusado de traição pelos membros dessa etnia.

As sanções americanas atingiam três ministros turcos, Hulusi Akar (Defesa), Suleyman Soylu (Interior) e Fatih Donmez (Energia), além dos ministérios da Defesa e da Energia como um todo. Trump também havia elevado a sobretaxa alfandegária contra o aço da Turquia para 50% e interrompido as negociações para um acordo comercial de US$ 100 bilhões.

Pouco antes do anúncio do fim das sanções, Ancara havia dito que não reiniciaria sua incursão militar no nordeste da Síria. "Não é necessário retomar a ofensiva, porque a retirada foi concluída", disse o ministro Akar.

Em reunião em Sochi, na última terça (22) os presidentes Tayyip Erdogan e Vladimir Putin definiram que os combatentes das SDF, coalizão aliada dos EUA na guerra contra o Estado Islâmico (EI), teriam de se retirar de uma faixa de 30 quilômetros de largura a partir da fronteira com a Turquia.

As SDF são formadas majoritariamente por curdos, incluindo as Unidades de Proteção Popular (YPG), milícia considerada como um grupo "terrorista" por Ancara. A criação de uma faixa de segurança na fronteira síria era o principal objetivo da Turquia, que via no país vizinho a consolidação de uma região autônoma controlada pelos curdos, chamada Rojava.

Iniciada em 9 de outubro, após os EUA terem anunciado a retirada de suas tropas da Síria, a ofensiva turca teve o apoio de milícias árabes e foi marcada por denúncias de violações dos direitos humanos, inclusive de execuções sumárias de civis.

A embaixadora americana na OTAN, Kay Bailey Hutchison, defendeu inclusive uma investigação contra a Turquia por "crimes de guerra".

Ansa - Brasil   
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