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América Latina

Venezuela: em meio a protestos, Maduro faz um ano de governo

15 abr 2014 - 00h31
(atualizado às 00h32)
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, completa um ano de mandato nesta segunda-feira em um cenário de crise política que levou tanto seu governo como a oposição a concordar em participar de um diálogo em busca da estabilidade que se perdeu, segundo seus adversários, há exatamente 12 meses.

A celebração do primeiro ano na presidência do sucessor de Hugo Chávez (1999-2013) esteve marcada pelo clima de conflito que tornou-se ainda mais tenso com a onda de protestos antigovernamentais que começou no último dia 12 de fevereiro e que causou mais de 40 mortes e centenas de feridos.

Maduro se queixou que sua gestão não teve sequer uma trégua, pois começou acompanhada de manifestações.

Após as eleições presidenciais de 14 de abril de 2013, que Maduro ganhou por pouco mais de 200 mil votos (menos de 1,5% do eleitorado), aconteceram protestos no país que deixaram pelo menos dez mortos e dezenas de feridos depois que o candidato opositor Henrique Capriles assegurou que houve fraude.

O chavismo reiterou hoje que foi uma "vitória heroica" pois se tratou de um triunfo alcançado após a morte do líder da chamada revolução bolivariana, Hugo Chávez, que morreu em decorrência de um câncer em 13 de março de 2013 após lutar durante 20 meses contra a doença.

O chefe de Estado, que costuma liderar atos públicos quase diariamente, disse nesta segunda-feira no Twitter que dedicou este ano de governo a "proteger com amor" o povo, especialmente "as crianças" e a agradeceu "a todos" por "tanto amor e solidariedade".

Além disso, dirigentes do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) reiteraram hoje o dito ao longo deste ano ao assinalar que Maduro é "o filho de Chávez" e que o falecido presidente vive em seu sucessor.

Enquanto isso, os líderes opositores Henrique Capriles e Leopoldo López concordaram que foi há um ano que começou a atual crise política nacional, que há dois meses se viu aguçada com protestos de rua.

"Hoje se completa um ano de um dia histórico, de uma façanha, do que muitos nos diziam que era impossível", escreveu Capriles no Twitter.

Capriles, atual governador de Miranda e candidato à presidência pela aliança opositora Mesa da Unidade (MUD) nas eleições de abril de 2013, reiterou nesta segunda-feira que lhe "roubaram" o triunfo na apuração, mas destacou que desde esse dia a Venezuela "mudou sobre uma proposta inclusiva, um país onde todos somos todos".

López, por sua parte, se pronunciou sobre o tema da prisão onde se encontra desde o dia 18 de fevereiro e ressaltou que "há um ano se origina tudo o que está acontecendo na Venezuela" e assegurou, também através do Twitter, que Maduro violou a vontade popular ao roubar as eleições".

Sob este cenário, uma representação da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática e uma delegação do chavismo se preparam para começar amanhã uma segunda reunião para iniciar o diálogo entre os dois lados e buscar soluções à crise política.

"As exigências foram apresentadas na quinta-feira, agora amanhã o que vão fazer é reunir as comissões para ver a mecânica para iniciar de verdade o diálogo", disse à Agência Efe o deputado e presidente do partido opositor social-cristão Copei, Roberto Enriquez.

O deputado Edgar Zambrano, um dos representantes da delegação opositora, declarou à Efe que na reunião de amanhã serão apresentados "elementos de convicção" como casos de torturas e números de mortos, detidos e processados durante os protestos.

Do lado chavista, prefeito do município caraquenho de Libertador, Jorge Rodríguez., que representa o governo em sua comissão, afirmou que a primeira reunião da quinta-feira passada teve um "excelente começo", além "das verdades e meias verdades e das muitas mentiras".

EFE   
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