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América Latina

Uruguai: discrição de Tabaré se opõe à "fofura" de Mujica

Favorito no segundo turno, Tabaré Vázquez apresenta uma série de diferenças de estilo em relação ao atual presidente, mas também é apontado como esquerdista

28 nov 2014 - 10h47
(atualizado às 11h37)
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El candidato presidencial Tabaré Vázquez, luego de entregar un discurso hacia sus simpatizantes en Montevideo. Imagen de archivo, 26 octubre, 2014. El candidato del oficialista Frente Amplio, Tabaré Vázquez, y el del centrista Partido Nacional, Luis Lacalle Pou, deberán definir el 30 de noviembre la presidencia uruguaya en un balotaje.
El candidato presidencial Tabaré Vázquez, luego de entregar un discurso hacia sus simpatizantes en Montevideo. Imagen de archivo, 26 octubre, 2014. El candidato del oficialista Frente Amplio, Tabaré Vázquez, y el del centrista Partido Nacional, Luis Lacalle Pou, deberán definir el 30 de noviembre la presidencia uruguaya en un balotaje.
Foto: Andres Stapff / Reuters

A partir de primeiro de março, o Uruguai - e o mundo - "deverão prescindir das grandes conversas e do aspecto sedutor de um Mujica para passar a um estadista que até agora teve um relação bastante distante com os meios de comunicação. A maneira que Tabaré Vázquez tem de fazer as coisas não é declarativa”, afirma Cecilia Custodio, autora de El Método Tabaré, livro lançado nesta semana. Nele, a escritora opõe a discrição do candidato favorito no segundo turno à "fofura" característica do atual presidente. 

Ao longo de 14 meses, Custodio conversou com pessoas que conhecem o candidato de perto, que trabalharam com ele, e se dedicou a estudar o modus operandi do provável sucessor de José “Pepe” Mujica. De acordo com as últimas pesquisas divulgadas por vários institutos, Vázquez, 74, registra cerca de 54% das intenções de voto, enquanto seu opositor, o candidato Luis Lacalle Pou, 41, do tradicional Partido Nacional, alcança 41% da preferência dos eleitores que voltarão às urnas no próximo domingo. Em 2004, Tabaré Vázquez foi votado por 50,4% da população.

Oncologista, Vázquez comandou o Uruguai entre 2005 e 2010, quando se constituiu no primeiro presidente de esquerda do país. Terminou o mandato com popularidade de 80%, índice superior aos 65% registrados por Mujica atualmente - apesar de toda a repercussão atingida internacionalmente pelo ex-guerrilheiro por conta do seu modo de viver e das iniciativas impulsionadas durante o seu governo, como a estatização da produção de maconha.

Tabaré Vázquez durante campanha em Montevidéu em 7 de novembro.
Tabaré Vázquez durante campanha em Montevidéu em 7 de novembro.
Foto: Andres Stapff / Reuters

“Quem rompeu com todos os padrões foi Mujica, e Mujica só há um. Também seria preciso ver - e isso teria de ser perguntado a Vázquez - se ele tem algum interesse em ser 'popular' como foi Mujica, ou se deseja exatamente o contrário”, relativiza Custodio, com certa ironia.

Reservado, pouco afeito a interações com a imprensa, Tabaré Vázquez é um “self made man” que saiu do humilde bairro operário de La Teja, no subúrbio de Montevidéu, para se transformar em um dos médicos mais bem-sucedidos de seu país, além de ter sido o primeiro prefeito de esquerda da capital, Montevidéu (entre 1990 e 1994), e exitoso presidente de time de futebol.

Apesar das diferenças de estilo com relação a Mujica, “continua um governo de esquerda. Se as pessoas votam em um modelo que transcende as figuras, ou se votam nessas figuras é algo que só poderemos saber talvez em 2019”, diz Custodio, com relação ao ano em que terminará o próximo mandato. O novo governo, prevê, deve ter segurança e educação como prioridades principais - são as duas preocupações mais importantes expressas pelos uruguaios, segundo pesquisas de opinião. “Vázquez vai colocar seus ministros para trabalhar, e o que emerge da investigação que fiz para o livro é que, quando Tabaré assume o comando, o compromisso é de que o trabalho seja feito.”

O modo como lidera sua equipe é outra diferença com relação a Mujica, aponta Custodio, que conversou com dois filhos de Vázquez, além de assessores e ministros, em um total de 22 entrevistas oficiais, listadas ao final do volume. “O mandato à distância, que se reflete nas entrevistas que fiz, também é uma maneira de criar mito, porque o exercício vertical de poder realizado por Vázquez faz com que pouca gente possa chegar ao líder e, ao ter pouco acesso, especula-se muito sobre como ele é. Essa foi a maneira de governar escolhida duas vezes por ele, tanto na Prefeitura como na Presidência, e tudo isso faz pensar que será exatamente igual em uma terceira ocasião.”

Outra característica é que os escolhidos pelo oncologista costumam se rodear de silêncio e, tal como seu chefe, em geral optam por declarações esporádicas e espartanas. “No livro, fica claro que muitas vezes o silêncio é autoimposto por essas pessoas. Mas ao longo das páginas é possível inferir que muitas vezes Tabaré mandou calar ou realizou gestões para que não acontecesse o que ele não queria que acontecesse (e vice-versa).”

Fonte: Especial para Terra
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