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América Latina

Países sul-americanos classificam ação contra Morales como ato "hostil"

Na Declaração de Cochabamba os países sul-americanos afirmam que o ato contra Morales violam tratados internacionais e exigem explicações e desculpas públicas

5 jul 2013 - 12h01
(atualizado às 12h35)
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Os países da América do Sul reunidos ontem em Cochabamba, na Bolívia, divulgaram nesta sexta-feira uma declaração conjunta a respeito do tratamento recebido pelo presidente boliviano, Evo Morales, por parte dos governos da França, Portugal, Itália e Espanha. Na carta, os sul-americanos denunciam que, ao impedir que o avião do mandatário boliviano cruzasse o espaço aéreo europeu, as nações envolvidas no incidente diplomático foram responsáveis por um ato "insólito, inamistoso e hostil", uma "flagrante violação dos tratatos internacionais" que afeta a "liberdade de trânsito", e que por isso devem explicações e desculpas públicas.

O incidente aconteceu entre terça e quarta, quando o presidente boliviano voltava de Moscou, onde estava para uma cúpula de países produtores de gás natural. Ao sobrevoar a Europa, a aeronave teve foi afetada pelo fechamento do espaço aéreo dos quatro países europeus envolvidos por suspeita de estar levando Edward Snowden a bordo. Como não conseguiu seguir adiante, precisou parar na Áustria, onde esperou por mais de 13 horas até que o imbróglio diplomático se resolvesse. Antes de chegar em La Paz, Morales parou nas Ilhas Canárias e em Fortaleza. 

O incidente foi imediatamente condenado pelos países sul-americanos. A presidente da Argentina, Cristina Kirchener, disse que "todos estavam loucos". A Bolívia pediu explicações à ONU e o Equador pediu uma reunião extraordinária na Unasul para discutir o caso. A presidente Dilma Rousseff condenou o "constrangimento" a que Morales foi submetido, expressando sua "indignação e repúdio". Ontem, os presidentes de Argentina, Equador, Uruguai, Venezuela, Suriname e uma delegação do Brasil foram a Chochabamba, na Bolívia, onde assinaram uma declaração.

A carta faz as seguintes denúncias:

- A flagrante violação dos Tratados Internacionais que regem a convivência pacífica, solidariedade e cooperação entre nossos Estados, que constitui um ato insólito, inamistoso e hostil, configurando um feito ilícito que afeta a liberdade de trânsito de um chefe de Estado e sua delegação oficial.

- O ultraje e as práticas neocoloniais que ainda subsistem em nosso planeta em pleno século XXI.

- A falta de transparência sobre as motivações das decisões politicas que impediram o trânsito aéreo da aeronave presidencial boliviana e de seu presidente.

- A queixa sofrida pelo presidente Evo Morales, que ofende não somente ao povo boliviano, mas todas as nossas nações.

- As práticas ilegais de espionagem que põem em risco os direitos cidadãos e a convivência amistosa entre nações.

Fonte: Terra
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