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Europa

Líderes sul-americanos exigem desculpas formais por 'afronta' a Evo

5 jul 2013 - 00h46
(atualizado às 02h02)
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Presidentes se reuniram na cidade boliviana de Cochabamba
Presidentes se reuniram na cidade boliviana de Cochabamba
Foto: EFE

Os presidentes de Bolívia, Equador, Suriname, Uruguai e Venezuela exigiram nesta quinta-feira que França, Espanha, Portugal e Itália se desculpem por ter proibido o trânsito por seu espaço aéreo do avião do governante boliviano, Evo Morales. Mais cedo, os chefes de estado de Argentina, Venezuela, Uruguai e Equador também participaram do encontro e se solidarizaram à causa. 

"Exigimos dos governos de França, Portugal, Itália e Espanha as desculpas públicas correspondentes em relação aos graves fatos suscitados", assinala uma declaração lida pelo chanceler boliviano, David Choquehuanca, ao final da reunião informal em Cochabamba, no centro da Bolívia.

Os líderes regionais afirmaram que a "afronta" sofrida por Morales na Europa não é apenas pessoal, mas sim uma agressão a toda a América Latina.

A declaração apoia "a denúncia da Bolívia junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos por grave violação e risco concreto à vida do presidente Morales, e respalda o direito da Bolívia de realizar as ações necessárias nos tribunais e instâncias competentes".

Os presidentes também "concordaram em formar uma comissão de chanceleres encarregada de realizar as ações necessárias para esclarecer os fatos".

Na noite de terça-feira, o avião de Morales foi afetado pelo fechamento temporário do espaço aéreo dos quatro países europeus por suspeitas de que transportava o ex-consultor de inteligência Edward Snowden, considerado foragido pelo governo dos EUA por vazar documentos secretos.

Morales iniciou o encontro em Cochabamba criticando, especialmente, a atuação do embaixador espanhol na Áustria - onde fez um pouso de emergência - por exigir revistar o avião presidencial para autorizar seu acesso ao espaço aéreo espanhol.

Antes do início da reunião, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) foi a responsável pelo fechamento do espaço aéreo ao avião de Morales, que realizava o trajeto Moscou-La Paz.

Maduro declarou que quando estava na Belarus foi informado de que o avião de Morales havia pousado de emergência em Viena, e decidiu realizar telefonemas para saber o que havia ocorrido. Em um destes telefonemas a Portugal, França, Itália e Espanha "um ministro nos disse pessoalmente que iriam pedir desculpas porque foram surpreendidos e informados pela CIA de que Snowden estava a bordo".

Morales informou que "vai estudar e, se for necessário, fechar a embaixada dos Estados Unidos na Bolívia".

"Não tremeria a mão para fechar a embaixada dos Estados Unidos, temos dignidade, soberania, e sem os Estados Unidos estamos melhor politicamente, democraticamente", afirmou Morales, que em 2008 expulsou o embaixador dos EUA por conspirar contra seu governo.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, exigiu em Cochabamba uma desculpa pública dos governos europeus que negaram a autorização de voo sobre seu espaço aéreo a Evo Morales.

"Quero pedir a vocês - muito serena, mas muito seriamente -, que violaram o direito, que se retratem e assumam os erros cometidos, que peçam perdão alguma vez na sua vida pelo que fizeram".

"No sul, fomos ensinados desde pequenininhos a reconhecer quando cometermos um erro, ou algum equívoco, ou pelo menos a pedir desculpas a quem ofendemos", acrescentou Cristina Kirchner.

Da reunião na Bolívia em apoio a Evo Morales também participaram os presidentes Rafael Correa (Equador), José Mujica (Uruguai) e Dési Bouterse (Suriname).

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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