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América Latina

Presidentes latino-americanos vão à Bolívia em apoio a Evo Morales

Presidentes de Venezuela, Equador, Uruguai, Suriname e Argentina já estão na Bolívia; Evo ameaça fechar embaixada dos Estados Unidos no país

4 jul 2013 - 19h10
(atualizado às 20h41)
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Vice-presidente da Bolívia Alvaro García, Nicolás Maduro, Evo Morales e Rafael Correa
Vice-presidente da Bolívia Alvaro García, Nicolás Maduro, Evo Morales e Rafael Correa
Foto: AFP

Os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela), Rafael Correa (Equador), José Mujica (Uruguai), Dési Bouterse (Suriname) e Cristina Kirchner (Argentina) estão nesta quinta-feira em Cochabamba, no centro da Bolívia, para uma reunião de autoridades sul-americanas que analisarão o incidente sofrido por Evo Morales na Europa.

O encontro de governantes é "um ato de apoio incondicional ao governo da Bolívia, ao Estado plurinacional da Bolívia, frente a essa desproporcional e injusta agressão dos Estados Unidos e de seus aliados europeus", afirmou mais cedo o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Multidão recebe Evo Morales com festa após escândalo:

Ao chegar a Cochabamba, Maduro disse que "a Europa rompeu todas as regras do jogo da convivência, porque agrediu a imunidade internacional que protege um chefe de Estado" e garantiu que "quem se mete com a Bolívia se mete com a Venezuela". Ele disse ainda que seu país revisará as relações com a Espanha.

Também na Bolívia, Rafael Correa declarou: "não estamos aqui para fazer falsas vitimizações - isso nos prejudicou muito - mas para nos fazermos respeitar como nações".

Antes da reunião, os presidentes participam de um ato público em apoio ao presidente boliviano no templo de Pachacuti. Nesse evento, Morales falou pela primeira vez sobre o incidente e ameaçou fechar a embaixada dos Estados Unidos em seu país. "Não precisamos de embaixada no nosso país", disse.

Evo contou o que ocorreu em Viena na noite de terça-feira. Segundo ele, após pousar, o embaixador da Espanha na Áustria disse que necessitava vistoriar seu avião. "Está me tratando como um criminoso", disse Evo ao representante espanhol. "Depois, ele disse que só me responderiam pela manhã se poderia decolar porque falariam com 'seus amigos'. Quem são seus amigos?", questionou o presidente boliviano.

Antes de Morales, falaram os presidentes Nicolás Maduro e Rafael Correa. O líder equatoriano citou conversa telefônica com a presidente brasileira Dilma Rousseff. "Falei pessoalmente com Dilma e ela disse que queria muito estar aqui, mas a situação atual no Brasil - todos sabemos o que está acontecendo - não permitiu", disse Correa.

Cristina Kirchner disse que Portugal, Itália e França devem pedir desculpas pelo que fizeram com Evo. "Pelo menos aqui na América do Sul nos ensinaram desde criança que quando cometemos um erro devemos pedir desculpas (...) solicitamos muito seriamente que, pelo menos uma vez em suas vidas, peçam desculpas pelo que fizeram", disse a presidente argentina. 

Vários países condenaram o calvário de Morales, que teve de fazer um pouso forçado na terça-feira, em Viena, após ser proibido de cruzar os céus de quatro países europeus. A reunião acontecerá em um hotel de Cochabamba.

Não foi confirmada a presença dos presidentes Dilma Rousseff, de Ollanta Humala (Peru), Sebastián Piñera (Chile), nem de Juan Manuel Santos (Colômbia), embora Correa estivesse articulando uma cúpula de emergência da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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