Moscou critica escalada de tensões entre Washington e Caracas e pede moderação na região
Em meio à escalada de tensões no Caribe, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta quinta-feira (18) que espera que o governo americano não cometa um "erro fatal" em relação à Venezuela. Na véspera, Washington aumentou a pressão sobre Caracas ao anunciar um bloqueio total de embarcações petroleiras alvo de sanções, com destino ou provenientes do país sul-americano.
"Notamos a escalada contínua e deliberada das tensões em torno da Venezuela, um país amigo. A natureza unilateral dessas decisões, que representam uma ameaça à navegação internacional, é particularmente preocupante", declarou o ministério russo em comunicado.
"Esperamos que o governo Trump, conhecido por uma abordagem racional e pragmática, não cometa um erro fatal."
O presidente dos EUA, que não esconde sua hostilidade em relação ao líder venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou na quarta-feira o bloqueio de todos os petroleiros sob sanção que entram ou saem da Venezuela.
Na semana passada, um petroleiro alvo de sanções foi apreendido pelos Estados Unidos na costa venezuelana. Por isso, embarcações de transporte de petróleo têm optado por permanecer em águas venezuelanas, em vez de arriscar a apreensão.
Moscou preocupada com decisões dos EUA
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Moscou está preocupada com as decisões americanas que podem ameaçar a navegação internacional e defende a normalização do diálogo entre Washington e Caracas.
A Rússia espera que os Estados Unidos não se aventurem em uma situação que poderia ter "consequências imprevisíveis para todo o Hemisfério Ocidental", acrescentou o ministério, afirmando que apoia "o caminho do governo Maduro".
Em outra declaração, o Kremlin pediu aos países da região que "exerçam moderação".
"Observamos o aumento das tensões na região e consideramos isso potencialmente muito perigoso", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas.
"O presidente Putin conversou recentemente por telefone com o presidente Maduro e, naturalmente, fazemos um apelo a todos os países da região para que exerçam moderação, a fim de evitar quaisquer desdobramentos imprevistos."
Com Reuters