Evo Morales teme atentado contra Papa "anticapitalista"
Presidente boliviano disse que razão pela qual o Papa sempre pede que rezem por ele é o perigo de um atentado
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta segunda-feira (13) temer um atentado contra a vida do papa Francisco por considerá-lo "anticapitalista e anti-imperialista" e que acha que é por isso que o pontífice pede aos fiéis que rezem por ele.
Em um evento na região tropical de Yungas de La Paz, Morales se referiu ao pedido que Francisco costuma fazer ao encerrar seus discursos, para que o povo reze por ele. "Eu tenho muito medo de que o irmão papa Francisco, que é anticapitalista e anti-imperialista, sofra um atentado contra sua vida. Por isso está nos pedindo 'orem por mim', eu entendi perfeitamente", afirmou o presidente boliviano. Ele acrescentou que devem buscar nas orações em como "defender e assumir a defesa do papa Francisco, que está se chocando diretamente contra o capitalismo porque a origem da pobreza é o capitalismo, é o imperialismo".
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O sumo pontífice visitou duas regiões bolivianas na semana passada, parte da tour latino-americana que também o levou ao Equador e ao Paraguai. Na sua visita à Bolívia, o papa se reuniu com Morales, com instituições da sociedade civil e com religiosos, e também celebrou uma grande missa, assistiu a um encontro de organizações populares e visitou os detentos da prisão de Palmasola, a mais perigosa do país.
Francisco é o segundo pontífice a viajar para a Bolívia, 27 anos depois de João Paulo II. Morales indicou que João Paulo II visitou o país quando Víctor Paz Estenssoro (1985-1989) era o presidente, e avaliou que por isso foi uma viagem "para consolidar o neoliberalismo". "Antes em algumas épocas a igreja também era cúmplice da dominação, da opressão, da submissão e agora o irmão papa Francisco chegou para apoiar e apostar neste processo de libertação", argumentou o presidente, em alusão as suas reformas na Bolívia.
Além disso, Morales voltou a destacar as "enormes coincidências" entre seu governo e o discurso do papa "sobre o capitalismo, sobre os direitos da mãe terra, sobre o tema da pobreza".
Também reiterou seu agradecimento à menção feita pelo papa sobre a reivindicação marítima boliviana contra o Chile, em discurso de Francisco sobre a necessidade de diálogo entre os países para resolverem seus conflitos.