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América Latina

Venezuela: empresa de contagem de votos denuncia manipulação

Companhia responsável por eleição afirma que governo de Maduro inflou em ao menos um milhão o número de eleitores da Assembleia Constituinte

2 ago 2017 - 12h47
(atualizado às 13h18)
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A empresa Smartmatic, responsável pela contagem de votos nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte realizadas no último domingo na Venezuela, denunciou nesta quarta-feira (02/08) que houve manipulação dos dados referentes à participação dos eleitores.

Governo afirmou que mais de 8 milhões foram às urnas
Governo afirmou que mais de 8 milhões foram às urnas
Foto: Reuters

As autoridades eleitorais venezuelanas afirmam que o número de votantes foi de 8,1 milhões de pessoas, ou seja, 41,43% dos eleitores do país.

Numa entrevista coletiva realizada em Londres, o diretor-executivo da Smartmatic, Antonio Múgica, disse que graças a um "robusto sistema automatizado de votação" é possível afirmar que, "sem sombra de dúvidas, nas últimas eleições da Assembleia Nacional Constituinte, houve manipulação dos dados de participação".

"Uma auditoria tornaria possível conhecer a cifra exata de participação. Estimamos que a diferença entre a quantidade anunciada e a que aponta o sistema é de pelo menos um milhão de eleitores", afirmou a empresa, que fornece plataformas tecnológicas de votação e serviços para as eleições na Venezuela desde 2004.

A empresa denunciou que a votação deste domingo ocorreu sem a presença de auditores da oposição, que são considerados fundamentais como testemunhas do processo eleitoral.

Júlio Borges, presidente da Assembleia Nacional, controlada oposição venezuelana, afirmou que as informações fornecidas pela Smartmatic confirmaram o que os líderes oposicionistas e analistas independentes já suspeitavam. Ele disse que os parlamentares vão pedir à Procuradoria Geral que investigue possíveis crimes cometidos pelo Conselho Nacional Eleitoral.

O momento em que líderes opositores são presos em suas casas de madrugada na Venezuela:
Venezuela sofre sanções após decisão controversa de Maduro:
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