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Alemanha fará cúpula sobre Líbia com Haftar e Al Sarraj

Segundo imprensa local,Marechal aceitou convite para ir a Berlim

15 jan 2020 - 10h23
(atualizado às 20h02)
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, convocou para o próximo domingo (19), em Berlim, uma cúpula internacional sobre a Líbia, com o objetivo de tentar criar condições para um processo de paz no país, imerso em uma guerra civil.

Alemanha fará cúpula sobre Líbia com Haftar e Al Sarraj
Alemanha fará cúpula sobre Líbia com Haftar e Al Sarraj
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Além de países como Itália, Rússia, Estados Unidos, China, Turquia e França, devem estar presentes na reunião os dois principais rivais líbios, o primeiro-ministro Fayez al-Sarraj e o marechal Khalifa Haftar.

Ontem (14), Haftar concordou em participar da conferência em Berlim, segundo informou um tuíte da emissora Al Arabiya, apesar de deixar Moscou, na Rússia, sem assinar um cessar-fogo definitivo com o governo de união nacional. O pacto havia sido firmado pelo premier na última segunda-feira (13), mas Haftar pedira tempo para refletir. A convocação ocorre depois dessas negociações, que foram encerradas sem acordo.

O principal objetivo da nova cúpula é reduzir a ingerência externa e criar condições favoráveis para a volta do diálogo entre as duas partes, além de promover um cessar-fogo. "Uma missão europeia na Líbia seria um passo importante para impedir a interferência externa", principalmente porque "os europeus são os que mais têm a perder com uma Líbia instável", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio.

Segundo o chanceler italiano, "a partir do conflito interno, a crise da Líbia se transformou em uma guerra". Desta forma, "é essencial manter o cessar-fogo e trazer a crise de volta à política". 

O porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEA), Peter Stano, por sua vez, confirmou que o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, participará da reunião. Além disso, afirmou que e a "expectativa é que a conferência de Berlim avance no processo político na Líbia em termos de um possível cessar-fogo"

Entenda a crise

A Líbia se fragmentou politicamente após a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e desde então é palco de conflitos entre milícias.

De um lado, está o governo de união nacional guiado por Sarraj e apoiado pelos grupos armados de Trípoli e Misurata, pela ONU, pela Itália e pela Turquia; do outro, o Parlamento de Tobruk, fiel a Haftar, que tem apoio do Egito e dos Emirados Árabes.

O marechal, que busca derrotar o Islã político, e o Parlamento de Tobruk não reconhecem a legitimidade do governo Sarraj - instituído por uma conferência de paz no Marrocos, em 2015 - e controlam a maior parte do país, principalmente o leste e o desértico sul.

Ex-aliado de Kadafi, Haftar ajudou o coronel a derrubar o rei Idris, em 1969, mas rompeu com o ditador em 1987, após ter sido capturado no Chade. De lá, guiou, com o apoio da CIA, um fracassado golpe contra Kadafi. Por duas décadas, viveu como exilado nos Estados Unidos e ganhou cidadania americana.

Haftar se inspira no presidente do Egito, que deu um golpe militar em 2013 para derrubar o islamista Mohamed Morsi e o governo da Irmandade Muçulmana, colocada na ilegalidade.

Ansa - Brasil   
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