AIEA deve retomar inspeções em centrais nucleares iranianas após suspensão da cooperação
Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), estão de volta ao Irã, de acordo com o diretor-geral Rafael Grossi, e as inspeções nas centrais nucleares do país devem ser retomadas em breve. Segundo ele, esta é a primeira vez que uma equipe da AIEA retorna ao país desde que Teerã suspendeu a cooperação com o órgão da ONU, no início de julho.
Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), estão de volta ao Irã, de acordo com o diretor-geral Rafael Grossi, e as inspeções nas centrais nucleares do país devem ser retomadas em breve. Segundo ele, esta é a primeira vez que uma equipe da AIEA retorna ao país desde que Teerã suspendeu a cooperação com o órgão da ONU, no início de julho.
"A primeira equipe de inspetores da AIEA voltou ao Irã, e estamos prestes a retomar as inspeções", disse Grossi em entrevista à emissora Fox News, na terça-feira (26). O Irã responsabiliza em parte a AIEA pelas ofensivas israelenses e americanas contra suas instalações nucleares em junho.
A suspensão da cooperação foi oficializada após a aprovação de uma lei no Parlamento iraniano. Após o anúncio, os inspetores deixaram o país e retornaram a Viena, sede da agência. Grossi afirmou que, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o Irã deve permitir inspeções.
"Sem nossa presença no local para verificar o que está acontecendo, não é possível entrar em negociações sérias", disse Grossi. Um dos objetivos é constatar os estragos e os riscos de vazamento radioativo após o ataque massivo de Israel contra o Irã em 13 de junho, que atingiu centenas de locais nucleares e militares.
O governo israelense alega que Teerã estava próximo de fabricar uma arma nuclear. O Irã respondeu com disparos de mísseis e drones contra Israel em ataques que duraram 12 dias.
Negociações em Genebra
Após os ataques, as negociações foram retomadas em Genebra entre representantes europeus e iranianos e a Agência Internacional de Energia Atômica reforçou a importância da presença de seus inspetores no Irã para garantir a transparência e permitir negociações.
Na terça-feira, Teerã declarou estar "negociando com todas as suas forças" para impedir que os europeus acionem, nos próximos meses, o mecanismo de restabelecimento das sanções previsto pelo acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.
O Irã nega querer adquirir a bomba atômica, mas defende seu direito de enriquecer urânio para fins civis. As negociações sobre o programa nuclear iraniano começaram com o objetivo de limitar o enriquecimento de urânio pelo Irã em troca do alívio de sanções econômicas.
Em 2015, foi firmado o acordo internacional conhecido como Plano de Ação Conjunto Global entre o Irã e o grupo P5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha).
O acordo estabeleceu limites ao programa nuclear iraniano e permitiu inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.
Nos anos seguintes, houve avanços e retrocessos. Em 2018, os Estados Unidos se retiraram do acordo, o que levou o Irã a desrespeitar alguns dos compromissos. O país foi então acusado de estar se aproximando da capacidade de produzir armas nucleares.
(RFI com agências)