Gbagbo pretende impedir retorno de Ouattara à Costa do Marfim
Laurent Gbagbo pretende impedir o retorno de seu rival, Alassane Ouattara, que viajou para Etiópia para uma reunião da União Africana (UA), mediante uma ordem na qual proíbe os voos da missão da ONU e da operação militar francesa "Licorne" sobre o território do país.
Depois que Ouattara deixou o país na quarta-feira à noite em um helicóptero da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci), o governo de Gbagbo disse nesta quinta-feira pela emissora de televisão oficial que as aeronaves da ONU e da missão militar francesa "estão proibidas de sobrevoar e aterrissar em todo o território da Costa do Marfim".
A ordem foi emitida pelo ministério de Transportes de Gbagbo e, em seguida, o porta-voz do governo de Ouattara, Patrick Achi, indicou em comunicado que a determinação é "nula e sem efeito", já que Gbagbo "não é mais o presidente da Costa do Marfim".
Ouattara é reconhecido pela comunidade internacional como presidente eleito da Costa do Marfim, mas Gbagbo, que está há dez anos na presidência, se nega a deixar o poder, apesar das exigências internacionais.
Ouattara se encontra nesta quinta-feira na sede da UA em Adis-Abeba para uma reunião da Comissão de Alto Nível de chefes de Estado africanos encarregada de solucionar a crise pós-eleitoral da Costa do Marfim, à qual Gbagbo foi convidado, mas não compareceu.