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Mundo

A uma semana da abertura, Copa convive com sombra da Ucrânia

Putin prometeu retaliação se Kiev atacar zonas separatistas

7 jun 2018 - 14h21
(atualizado às 16h15)
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A uma semana do pontapé inicial da Copa do Mundo da Rússia, a guerra civil com separatistas pró-Moscou na Ucrânia voltou ao centro das atenções, trazendo à tona a crise responsável pelo descrédito do Kremlin em boa parte do Ocidente.

Ucranianos protestam em Kiev contra Vladimir Putin e a Copa de 2018
Ucranianos protestam em Kiev contra Vladimir Putin e a Copa de 2018
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em sua "linha direta" anual com cidadãos, nesta quinta-feira (7), o presidente Vladimir Putin fez uma ameaça direta a Kiev, que há quatro anos trava um confronto com rebeldes na região de Donbass, no leste do país.

Segundo o mandatário, caso a Ucrânia faça "provocações militares" durante o Mundial, entre 14 de junho e 15 de julho, haverá "consequências gravíssimas" para sua "entidade estatal". A declaração foi dada em resposta a uma pergunta do escritor Zakhar Prilepin, apoiador da autoproclamada República de Donetsk.

Ele pedira para Putin comentar os rumores de que tropas ucranianas estariam preparando uma ofensiva em Donbass durante a Copa. "Eu espero que não se chegue a tais provocações. É impossível intimidar as pessoas que vivem nesses territórios", acrescentou o presidente.

O torneio será usado pela Rússia para suavizar sua imagem no exterior, marcada por uma série de polêmicas nos últimos anos, desde a guerra na Ucrânia até a participação de Moscou nos conflitos na Síria, passando por escândalos de doping e pela acusação de envenenar um ex-espião russo.

"O mundo inteiro descobrirá a verdadeira face desse país hospitaleiro e festivo. A Copa tem essa peculiaridade, de poder mudar a percepção sobre uma nação em todo o mundo. E as pessoas enxergarão a Rússia como um país diferente, que quer ser aberto e acolher quem chega", disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

Para evitar tensões, a entidade vetou o show da cantora Julia Chicherina, que apoia os combatentes pró-Rússia do leste da Ucrânia, na fan fest de Rostov do Don, uma das sedes da Copa. "O futebol deve ser neutro em matéria de política e não deve ser usado por associações, jogadores, torcedores ou outros indivíduos para compartilhar declarações políticas", diz uma carta enviada pela federação à artista.

Ansa - Brasil   
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