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Lula a banqueiros: 'Para que acumular tanto dinheiro, imbecil? Distribua um pouco'

Em entrevista a uma rádio na Bahia, ex-presidente diz ainda que tem certeza que banqueiro não vota nele; veja vídeo

1 jul 2022 - 16h30
(atualizado às 20h55)
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Lula a banqueiros: 'Para que acumular tanto dinheiro, imbecil? Distribua um pouco'
Lula a banqueiros: 'Para que acumular tanto dinheiro, imbecil? Distribua um pouco'
Foto: Poder360

O ex-presidente e pré-candidato à Presidência pelo PT em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar o setor financeiro e se referiu aos banqueiros usando o termo "imbecil" em uma entrevista à Rádio Metrópole (Bahia) nesta sexta-feira, 1º.

"Essas pessoas não podem ser ignorantes de querer só acumular riqueza. Ah... o fulano de tal é o mais rico do mundo, tem 50 milhões de dólares, outro tem 70 milhões. Pra quê? Você vai gastar no quê? Pra que você quer acumular tanto dinheiro, imbecil? (...) Distribua um pouco do seu salário. Distribua com alguns benefícios", defendeu, após afirmar que, durante seus governos, promoveu a inclusão de milhões de pessoas no sistema financeiro através da elevação do poder de compra.

"Na cabeça dessa gente não existe pobreza, não existe fome, não existe gente dormindo na rua, gente dormindo na sarjeta, não tem criança morrendo de desnutrição. Essa gente só fala em teto de gastos, em política fiscal", criticou o petista, que cobrou dos representantes do setor discussões envolvendo política social. "Parece que eles vivem em uma redoma de vidro em que o mundo gira em torno deles e dos interesses deles", disse, ao final da entrevista ao programa Jornal da Bahia.

Assista ao trecho da fala de Lula nesta sexta, 1º:

O ex-presidente também disse que, se for eleito novamente para a Presidência, "vai governar para 220 milhões de brasileiros". "Mas todo mundo tem que saber: o pobre vai ter prioridade. As pessoas vão viver bem. Eles (os mais ricos) também vão viver bem", afirmou. Lula tem tido episódios de tapas e beijos com empresários, de quem tem tentado se aproximar com o auxílio do seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e de outros integrantes da campanha.

Lula afirmou ainda ter certeza de que banqueiro não vota nele. "Eles olham e falam 'esse cara não sabe falar direito, esse cara é nordestino, esse cara não tem diploma universitário. Depois, esse cara ganha e quer aumentar salário de trabalhador, quer regularizar o trabalho da empregada doméstica, depois a empregada da minha mulher vem trabalhar na sexta-feira com o perfume que minha mulher usa'."

Lula em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, nesta sexta-feira, 1º de julho. Foto: Reprodução/YouTube Rádio Metrópole

Ao longo da entrevista, o pré-candidato fez alguns acenos à classe empresarial ao defender a retomada do diálogo para que "voltem a acreditar na capacidade de investimento no Brasil". Ele destacou a necessidade de garantir credibilidade, previsibilidade e estabilidade política e jurídica para que as pessoas tenham disposição para investir no País.

A estratégia do ex-presidente é conciliar interesses dos empresários e trabalhadores ao relembrar a ascensão econômica que vigorou durante as suas gestões, além de destacar que a melhoria na vida do "povo" é fundamental para garantir prosperidade às empresas. "Quando deixei a Presidência, a economia crescia, o comércio varejista tinha gerado milhões de empregos, a massa salarial crescia", disse.

Diálogo

Apesar do tom elevado aos empresários nas falas desta sexta-feira, Lula tem adotado um discurso mais conciliador nos últimos encontros com o chamado "PIB brasileiro". Em jantar realizado na última terça-feira, 28, o petista reforçou que, se eleito, "não haverá surpresas" no âmbito econômico e que todas as propostas serão alvo de amplo debate com a sociedade, tanto com o empresariado quanto com os trabalhadores.

O ex-presidente disse ainda que quer atrair capital estrangeiro, baixar o dólar e a inflação e pediu ao empresariado que se comprometa a trabalhar com ele para acabar com a miséria no País.

(*COM INFORMAÇÕES DO BROADCAST POLÍTICO)

 

    Estadão
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