Lewandowski comenta reação de Lula sobre megaoperação no RJ
"O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais que se registaram no Rio de Janeiro", disse Lewandowski em entrevista coletiva, no Palácio da Alvorada
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, comunicou a reação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao número de mortes registradas na Operação Contenção, conduzida no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes. "O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais que se registaram no Rio de Janeiro", disse Lewandowski em entrevista coletiva, no Palácio da Alvorada.
Lewandowski se reuniu com o presidente e posteriormente seguiu para um encontro com o governador fluminense, Claudio Castro. O ministro questionou a compatibilidade da ação conduzida pelas forças de segurança pública do Rio de Janeiro com o Estado Democrático de Direito, citando a Constituição Federal de 1988. Em vista da magnitude do problema de segurança pública, o presidente Lula determinou que sua equipe dialogue com o governador Castro para identificar as necessidades do estado e a forma de contribuição do Governo Federal. O objetivo, segundo o ministro, é reduzir o impacto para a população, apoiar as forças de segurança e intensificar o enfrentamento às organizações criminosas.
Segundo a Agência Brasil, o Governo do Rio de Janeiro, por sua vez, por meio do governador Claudio Castro, avaliou a operação policial como um sucesso. Castro defendeu a ação e indicou que as únicas vítimas de confronto foram os policiais falecidos. O governador sustentou que a crise de segurança pública no estado constitui o epicentro de uma questão que afeta todo o Brasil.
Como ação imediata, o ministro Lewandowski confirmou o envio de peritos criminais e médicos legistas, pertencentes à Polícia Federal e à Força Nacional. Este apoio visa a identificação dos corpos, utilizando bancos de dados de DNA e balística da Polícia Federal para determinar se os indivíduos falecidos possuem ligação com organizações criminosas. Adicionalmente, foi considerada a possibilidade de ampliar o contingente de agentes da Força Nacional, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que já atuam no estado desde 2023.
A decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite a atuação das Forças Armadas na segurança pública, é uma prerrogativa do presidente da República mediante solicitação formal do governador estadual. Lewandowski afirmou que esta possibilidade não foi abordada na reunião com o presidente Lula. O ministro defendeu a priorização do trabalho de inteligência em detrimento de ações baseadas apenas em força física, indicando que a estratégia federal foca em planejamento, inteligência e coordenação das ações entre as diferentes forças, o que seria reforçado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. O Ministério da Justiça já havia atendido a um pedido anterior de Claudio Castro para transferir 10 detentos, supostos líderes de retaliações à operação, para presídios federais.