Defesa de empresário suspeito de ofender Alexandre de Moraes em Roma inclui vídeo na investigação, veja
Imagens gravadas após momento da confusão em que filho de Moraes teria sido agredido mostram ministro chamando empresário de "bandido"
A defesa do empresário Roberto Mantovani Filho pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja incluído um vídeo de 9 segundos no inquérito que apura a confusão envolvendo sua família com o ministro Alexandre de Moraes e o filho dele, Alexandre Barci de Moraes. O caso aconteceu em 14 de julho, no aeroporto de Roma, na Itália, e desde então está sob investigação da Polícia Federal.
As imagens gravadas pela família do empresário foram registradas por celular após o momento em que teria ocorrido a agressão ao filho de Moraes. No início do vídeo é possível ouvir uma voz dizendo “Vocês estão com medo, agora? Vocês vão ser tudo identificado (sic)”. Moraes e o filho se viraram e começaram a sair do local. Em seguida, o empresário questiona se “o senhor está nos ameaçando?”. Neste momento, o ministro voltou-se em direção a Mantovani e disse “bandido”. Veja as imagens:
No documento apresentado pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho ao STF, há um laudo pericial feito pelo professor doutor Ricardo Molina a pedido da defesa. No documento, o perito afirma que as falas “vocês estão com medo, agora?” e “vocês vão ser tudo identificado” foram feitas por Moraes. Segundo este laudo, o vídeo não tem edições.
Na última quarta-feira, 4, o ministro Dias Toffoli prorrogou o inquérito por mais dois meses. À Polícia Federal, o ministro disse, em depoimento prestado em julho, que foi chamado de "comunista", "bandido", "comprado", e "fraudador de urnas" por bolsonaristas que o hostilizaram no aeroporto.
Um relatório da Polícia Federal, que analisa as imagens gravadas pelo circuito interno do aeroporto, indicam que Mantovani realizou uma “aparente agressão física a Alexandre Barci”. As imagens do aeroporto não foram tornadas públicas.
A defesa dos empresários negam a agressão e afirma que a gravação de 9 segundos é o único momento em que o ministro se encontra presente e próximo aos investigados e que “nenhuma ofensa é a ele direcionada”. O advogado dos investigados afirma que o filho de Moraes havia proferido ofensas à mulher do empresário, Andréia Munarão.
A coluna procurou a assessoria do STF e foi informada que o ministro não irá se pronunciar.