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Governo estuda nomes para substituir líder na Câmara

Ideia é que o escolhido seja alguém de outro partido; dois nomes do PRB estão na lista: João Campos e João Roma

5 abr 2019 - 11h22
(atualizado às 23h58)
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BRASÍLIA - Com uma chuva de críticas à sua atuação como líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), corre o risco de perder o seu posto. Interlocutores do Palácio do Planalto já deram início a conversas com parlamentares que poderiam substituir o atual líder.

Escolha pessoal do presidente Jair Bolsonaro, o deputado de primeiro mandato foi recebido com desconfiança por seus pares por ser um nome desconhecido entre eles. Ao longo dos primeiros meses de trabalho do Legislativo, o major colecionou vitórias e derrotas.

Mas a sua atuação tímida durante o tiroteio contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quarta, levou o governo a acelerar a busca por uma alternativa.

A ideia é que o escolhido seja alguém de outro partido que não o PSL. O Executivo analisa nomes com bom trânsito na Câmara, mas não necessariamente veteranos na Casa. Dois nomes do PRB estão na lista: João Campos (GO) e João Roma (BA). Há resistência, porém, dos caciques da sigla para dar respaldo a essa escolha.

Para parlamentares ouvidos pelo Broadcast/Estadão, o líder do governo, quem quer que seja, precisa ter o respeito de outros parlamentares, mas este é um processo que demora um certo tempo para acontecer. Na avaliação dos deputados, Vitor Hugo foi afoito ao querer o cargo sem ter antes estabelecido uma relação de confiança com seus pares.

Vitor Hugo já foi informado sobre a movimentação contrária ao seu nome e, em uma tentativa de sobrevivência, ele começou a procurar líder por líder para pedir um voto de confiança. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) tem atuado a favor do colega.

Sobre os considerações acerca da sua a atuação na CCJ, Vitor Hugo afirmou que defendeu a PEC e ressaltou a ação do ministro, da equipe econômica e do presidente Jair Bolsonaro em defesa da reforma. "Falei do mérito e da admissibilidade. Não vi o líder do PSL falar nada, nem mesmo estimular de verdade os membros do partido a estarem lá", disse ao Estadão.

O líder disse ainda que uma reunião organizada por ele na casa da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) na semana passada foi necessária para afinar o discurso em favor da reforma. "Se não tivesse reunido os deputados do PSL, talvez o líder do partido (deputado delegado Waldir, de Goiás) ainda estivesse falando mal da reforma, em 'abacaxis' ou coisas do gênero. Ele não tem qualquer compromisso com o governo. Incoerência total", afirmou.

Estadão
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