Filmes, ciência e a espiritualidade: o que acontece quando um cachorro morre?
No filme Quatro Vidas de um Cachorro, um cãozinho morre e reencarna diversas vezes. Com diferentes donos, ele descobre lealdade, amor, dor e decepção. Mas, será que isso acontece mesmo no mundo real?
Finalmente, tomei coragem e assisti ao filme 'Quatro Vidas de um Cachorro'. Costumo fugir deste tema por acreditar que não tenho estrutura emocional para lidar com o turbilhão que provoca. Por este mesmo motivo, ainda não vi o tão comentado (e brasileiro) Caramelo - aproveitando, ele morre no final? Se sim, ainda levarei um tempo para tomar coragem...
A dor da perda de um cachorro é comparável à de um ente querido. A casa fica melancolicamente mais limpa e silenciosa. O luto acontece a cada vez que se abre a porta de casa, na volta do trabalho e aquele amor imensurável não está mais lá. O luto se instala e, dia após dia, o tempo se encarrega de (tentar) preencher o vazio que se instala no meio do peito. Só quem já viveu isso sabe do que estou falando.
Por isso, existe uma pergunta que não cessa: para onde nossos amigos de quatro patas vão quando morrem? Atualmente, a ciência e as crenças espirituais oferecem caminhos diferentes para entender o que acontece quando um cão nos deixa.
O que acontece quando um cachorro morre? Veja o que diz a ciência
Do ponto de vista científico e biológico, a morte é o fim das funções vitais. O que a ciência estuda é a consciência animal e o luto que eles próprios demonstram. Etólogos (cientistas que estudam o comportamento animal) já documentaram que muitas espécies, incluindo cães, demonstram sinais de luto e têm um certo nível de consciência sobre a morte.
Entretanto, sobre o que acontece com a consciência ou o "espírito" após o corpo físico parar de funcionar, a ciência não tem respostas. Ela se restringe ao que é observável e mensurável, e a sobrevivência da consciência após a morte não se enquadra em seu método.
A visão espiritualista:alma e reencarnação
Para as doutrinas espiritualistas, como o Espiritismo, os animais possuem um princípio inteligente ou alma, que está em um caminho de evolução, embora em um estágio diferente da alma humana.
Eles ficam vagando pela casa?
Segundo a visão espírita, sim, existe a possibilidade de o animal permanecer em uma "espécie de erraticidade" (intervalo entre encarnações) temporária. Grandes líderes espíritas, como Chico Xavier, relataram que o amor e a sintonia do tutor com o animal podem fazer com que Espíritos Amigos auxiliem o pet a permanecer por perto, confortando a família e até retornando ao lar em uma próxima vida.
Portanto, a sensação de que o seu amigo canino está ali e a percepção de sua presença por um tempo pode ser um reflexo dessa proximidade espiritual, amparada pelo forte laço de amor construído.
De acordo com a Doutrina Espírita (Allan Kardec), o espírito do animal não passa pelo longo período de erraticidade do espírito humano. A alma do animal é "utilizada quase imediatamente" após a morte para uma nova encarnação. Esse tempo é um período muito curto se comparado ao tempo humano, podendo ser meses ou poucos anos.
Essa rapidez na reencarnação é necessária para que o animal continue seu processo evolutivo. Se o laço de amor com a família humana for muito forte, há relatos e testemunhos, confirmados por Chico Xavier, de que os animais podem ser trazidos de volta à mesma família, encarnando em outro animal.
Seja qual for o destino deles, o que a gente tem certeza é que, no final, por mais triste que seja, cada minuto ao lado destes seres de luz e amor vale à pena.
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