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Escândalos sacodem governo do Japão

31 out 2019 - 14h06
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Ministro da Justiça renuncia em meio a denúncias de compra de votos, gerando mais um embaraço para o premiê Shinzo Abe. Recentemente, vários membros de seu gabinete protagonizaram gafes e constrangimentos.O ministro da Justiça do Japão, Katsuyuki Kawai, renunciou nesta quinta-feira (31/10) em meio a um escândalo envolvendo sua esposa, uma parlamentar, referente a supostos pagamentos ilegais e compra de votos durante a campanha eleitoral.

Gabinete do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe vem proporcionando série de gafes e constrangimentos
Gabinete do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe vem proporcionando série de gafes e constrangimentos
Foto: DW / Deutsche Welle

Kawai se tornou o segundo ministro a renunciar em questão de dias, após o ministro do Comércio pedir demissão na última sexta-feira. Os dois casos aumentam a pressão sobre o primeiro-ministro Shinzo Abe, cujo governo é marcado por uma série de constrangimentos que geraram amplo descontentamento no país.

O primeiro-ministro confirmou que aceitou a renúncia. "Decidi respeitar sua decisão. Indiquei o senhor Kawai e me sinto profundamente responsável por esse resultado", disse o premiê. "Ofereço ao povo minhas sinceras desculpas", completou.

O tabloide Bunshun afirmou em reportagem que a mulher de Kawai, Anri, é suspeita de pagar mesadas a seus funcionários que excediam os limites legais, naquilo que a publicação chamou de "suborno de funcionários de campanha" antes das eleições de julho. Ela teria pagado somas diárias acima do limite legal de 15 mil ienes (139 dólares) a 13 funcionárias em seu distrito eleitoral em Hiroshima.

O próprio Kawai teria presenteado seus apoiadores com caixas de batatas, milho e outros itens, segundo a reportagem, que o acusa de compra de votos. O ex-ministro disse que renunciou para evitar problemas para o governo no que diz respeito às políticas de Justiça, em razão do escândalo. "Acredito que tanto eu quanto minha esposa realizamos nossas campanhas eleitorais obedecendo a lei", afirmou.

Abe indicou o ex-advogado e parlamentar Masako Mori para assumir a pasta. Ele já atuou como ministro responsável por lidar com a baixa natalidade no país.

Nos seus quase sete anos à frente do governo, o primeiro-ministro conseguiu se esquivar de vários escândalos, com a popularidade de seu gabinete se mantendo estável, em parte, em razão da fraqueza da oposição e da indiferença dos eleitores, Recentemente, porém, o gabinete de Abe vem protagonizando uma série de gafes e controvérsias.

O ex-ministro do Comércio Isshu Sugawara renunciou na semana passada em meio a alegações de que teria oferecido dinheiro e presentes a seus apoiadores em violação às leis eleitorais. Ele também negou que tivesse cometido irregularidades.

Sugawara e Kawai foram nomeados para seus cargos quando Abe reformou seu gabinete em setembro, após seu partido conquistar uma confortável maioria câmara alta do Parlamento nas eleições de julho. Agora, ambos serão alvo de investigações criminais por parte da polícia e de promotores.

O ministro da Defesa, Taro Kono, se autoproclamou um "homem que traz chuvas" após o país ser atingido por três tufões em poucas semanas após ele assumir o cargo. Seu comentário foi amplamente criticado por ter sido insensível para com as vítimas das tempestades.

O ministro da Educação, Koichi Hagiuda, recebeu críticas por afirmar que os estudantes deveria competir com seus próprios meios nos exames de admissão às universidades, ao se referir a um plano de implementar testes privados do idioma inglês a partir de 2021. A sugestão de que estudantes mais ricos poderiam pagar por cursos preparatórios para os exames foi interpretada como uma aceitação da disparidade social no país.

Abe, que assumiu a chefia de governo em dezembro de 2012, se tornará em novembro o mais longevo primeiro-ministro da história do país após a Segunda Guerra Mundial.

RC/ap

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