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Empresário bolsonarista assume sigla de Roberto Jefferson em SP

Otávio Fakhoury, investigado por ataques ao Supremo, não descarta concorrer nas eleições do ano que vem

30 jul 2021 - 05h10
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Investigado em inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre propagação de notícias falsas e financiamento de atos antidemocráticos, o empresário Otávio Fakhoury, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, entrou na política partidária e assumiu nesta semana a presidência estadual do PTB. Embora diga que não é um "político profissional", ele não descarta disputar um cargo eletivo no ano que vem.

Segundo Fakhoury, só em São Paulo a executiva nacional petebista, comandada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, "derrubou" o comando de mais 300 diretórios municipais petebistas não alinhados com o Planalto.

Empresário do ramo imobiliário, Fakhoury começou sua militância no grupo Vem Pra Rua em meio às manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. Ele admite que chegou a ajudar financeiramente alguns grupos, mas nega que tenha patrocinado atos antidemocráticos contra o STF. "Nem conheço a Sara Giromini (uma das pessoas que lideram atos e ataques ao Supremo). Não sou extremo. Não sabia isso dos integralistas. Nem conheço eles", disse o empresário ao Estadão.

Fakhoury assumiu sua nova função com um discurso afinado com o presidente da República: defesa de medicamentos contra covid-19 sem eficácia comprovada, relativização da vacina - que, segundo ele, é "experimental" - armas, voto auditável, "direito à vida" e rejeição radical à esquerda.

No entanto, quando questionado sobre a contradição entre o discurso de Bolsonaro em 2018 contra o Centrão e a chegada do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), expoente do grupo, à Casa Civil, o empresário desconversa. "O presidente tentou fazer o menor número possível de concessões em 2018, mas não conseguiu. Quem governa sem o Congresso é ditador. Sem um acordo republicano com o centro não dá para governar", afirmou. Ele cobra, no entanto, que Bolsonaro exija contrapartidas, como a aprovação no Congresso do voto impresso.

Sobre a estratégia política para o ano que vem, Fakhoury deixou claro que a prioridade do PTB será fazer uma composição com Bolsonaro, ou mesmo receber o eventual candidato a governador de São Paulo escolhido por ele. Em troca, indicaria um nome para vice-governador ou senador. Ele sondou Abraham Weintraub, Ricardo Sales, Felipe Sabará e Luiz Philippe de Orleans e Bragança para ingressarem na legenda.

Dono da EEPOF Empreendimentos e Participações Imobiliárias, Fakhoury disse que em breve vai anunciar "novidades" sobre seus planos de montar uma rede de comunicação conservadora de direita no Brasil.

Estadão
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