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Em discurso desafiador, Bolsonaro ataca 'colonialismo' na questão ambiental

Presidente fez menção direta à França, país que esteve na linha de frente das críticas ao Brasil na questão da Amazônia

24 set 2019 - 11h50
(atualizado às 12h00)
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NOVA YORK - Em sua estreia na Assembleia-Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira, 24, um discurso desafiador e reiterou conceitos do " bolsonarismo" ao atacar o socialismo e o que ele classificou como " ambientalismo radical" e "indigenismo ultrapassado". O presidente brasileiro fez menção direta à França, país que esteve na linha de frente das críticas ao Brasil na questão da Amazônia.

Bolsonaro criticou também imprensa e fala sobre as "falácias" e a "forma desrespeitosa" com a qual trataram o assunto da Amazônia. "14% do território brasileiro está marcado como terra indígena. Nossos nativos são seres humanos, como qualquer um de nós." O discurso de Bolsonaro pouco mais de 30 minutos.

"É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado: a nossa soberania! Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem sequer nos ouvir. Agradeço àqueles que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta", afirmou Bolsonaro.

Conforme a tradição, o presidente do Brasil é o responsável pelo discurso de abertura, mas o que difere dos anos anteriores é a atenção que tem sido dispensada ao País. Pouco menos de um mês antes do evento, imagens da Amazônia em chamas foram parar nas manchetes dos principais jornais estrangeiros e as queimadas na floresta viraram assunto de líderes mundiais.

Bolsonaro também faz acenos para EUA e Israel e criticou Cuba, Venezuela e seus antecessores no governo. "Lhes apresento um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo" foi a frase escolhida pelo presidente para iniciar o discurso, logo depois dos agradecimentos a Deus por sua vida e de dizer que iria "restabelecer a verdade". Bolsonaro ainda mencionou que o Brasil não colabora mais com a ditadura cubana após o cancelamento do programa Mais Médicos, que visava a interiorização de médicos cubanos no País.

O presidente citou, ainda, a Venezuela como exemplo a não ser seguido pelo Brasil. "Outrora democrática, hoje nossos vizinhos venezuelanos experimentam a crueldade do socialismo" que, de acordo com ele, é mantido por agentes do regime cubano que controlam a sociedade local, acrescentando que a história mostra esses agentes infiltrados.

"Parte dos venezuelanos migraram para o Brasil. Tentamos fazer nossa parte para ajudar. Trabalhamos para que a democracia seja restabelecida na Venezuela e para que outros países não experimentem esse nefasto regime."

Estadão
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