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Irmão de Dilma e bafômetro de Aécio esquentam debate no SBT

17 out 2014 - 07h15
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O debate do SBT entre os candidatos à Presidência, nesta quinta-feira, seguiu a linha do confronto do debate de dois dias atrás, na Band: um intenso fogo cruzado de denúncias e poucas propostas. Familiares dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) entraram na pauta das acusações e até um episódio do tucano parado em uma blitz da Lei Seca foi levado a público.

Aécio e Dilma trataram de assuntos como corrupção e educação no segundo confronto direto do 2º turno
Aécio e Dilma trataram de assuntos como corrupção e educação no segundo confronto direto do 2º turno
Foto: Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil / Divulgação

A exploração eleitoral do caso em que Aécio Neves se recusou a fazer o bafômetro, em 2011, foi oficialmente iniciada na quarta-feira, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o tucano de falta de caráter. Dilma iniciou uma pergunta genérica sobre a Lei Seca e Aécio decidiu lembrar o próprio caso, ciente de que ela poderia explorar o episódio na réplica.

“Candidata, tenha coragem de fazer a pergunta direto”, disse o tucano, para quem a petista pretendia “deturpar” o caso. “Tive um episódio sim, e reconheci - capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso”, justificou.

“Acho muito importante a Lei Seca para o Brasil, e acho que o senhor está tentando diminui-la. Sabe por quê, candidato? Porque no Brasil, todos os dias, todas as semanas, tem gente morrendo por acidentes de trânsito quando um motorista dirige ou embriagado ou drogado”, replicou Dilma. “Acredito que ninguém pode sofrer as consequências, dirigir nem drogado nem bêbado. Eu, candidato, não dirijo sob álcool e droga. E isso é uma questão que não afeta só a mim, eu acho que afeta a todos os brasileiros”, concluiu.

Acusado pela petista de empregar parentes no governo de Minas Gerais, Aécio lembrou que sua irmã, Andrea Neves, prestou um serviço voluntário em sua gestão e partiu para o contra-ataque: acusou o irmão de Dilma, Igor Rousseff, de ter sido funcionário do então prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, para não trabalhar.

“O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel e nunca apareceu para trabalhar. A diferença entre nós é que a minha irmã trabalha, e não recebe nada. O seu irmão não trabalha e recebe muito”, disse o tucano.

Dilma lembrou que parentes de Aécio teriam sido nomeados em seu governo, ferindo a lei. “O nepotismo eu não criei. O nepotismo é uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Toda sociedade brasileira sabe que dentro do governo federal e dentro do governo do Estado de Minas não pode ter um irmão, uma irmã, um tio, três primos e três primas. O senhor tem de dar conta de todos, não só da sua irmã”, contra-atacou.

Ao final do debate, em entrevista coletiva, Aécio criticou a postura de Dilma e disse ter a impressão “de que ela me olhava e enxergava o presidente Fernando Henrique, com ataques pessoais que ela própria sabe que são absolutamente infundados, irresponsáveis”. “A impressão final que tive é que a candidata oficial quer disputar as eleições de 1994 ou 1998 com FHC”, reforçou.

Para o secretário nacional de comunicação do PT, o vereador paulistano José Américo, a presidente teve melhor desempenho. “Dilma foi melhor porque colocou questões irrespondíveis ao Aécio, das quais ele fugiu”, avaliou Américo, referindo-se ao caso de parentes no governo mineiro e ao teste de bafômetro ao qual o senador fora submetido no Rio, há três anos. “Ele mostrou o quão feio foi ele ter recusado o teste do bafômetro – e deu aqui uma desculpa amarela”, concluiu o petista.

Os próximos debates entre os presidenciáveis estão marcados para domingo, na TV Record, em São Paulo, e dia 23, na TV Globo, no Rio.

Fonte: Terra
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