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Empresários vaiam Ciro por críticas à reforma trabalhista

Ao dizer que reforma foi 'selvageria', pré-candidato do PDT foi vaiado por plateia; ao final de sua fala, arrancou aplausos quando disse que vai agir sobre o câmbio e o juros, se for eleito

4 jul 2018 - 17h18
(atualizado às 18h18)
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O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, foi vaiado em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (4) em Brasília, ao defender que a reforma trabalhista foi uma "selvageria" aprovada contra os trabalhadores. Ele voltou a dizer que, se eleito, irá ouvir todos os setores antes de sugerir uma nova proposta para a área.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, participa do evento "Diálogo da Indústria" com os candidatos à Presidência da República", promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira, 04, em Brasília. Durante o encontro, a entidade apresentará aos presidenciáveis propostas do setor para as eleições deste ano e os candidatos terão a oportunidade de debater as sugestões e falar de medidas que adotariam em seus governos para aumentar a produtividade das empresas e estimular o crescimento da economia.
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, participa do evento "Diálogo da Indústria" com os candidatos à Presidência da República", promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira, 04, em Brasília. Durante o encontro, a entidade apresentará aos presidenciáveis propostas do setor para as eleições deste ano e os candidatos terão a oportunidade de debater as sugestões e falar de medidas que adotariam em seus governos para aumentar a produtividade das empresas e estimular o crescimento da economia.
Foto: Dida Sampaio / Estadão

"Não tenho poder de revogar a reforma trabalhista no primeiro dia. Precisamos substituir essa selvageria por uma verdadeira reforma trabalhista. Meu compromisso com as centrais sindicais é botar esta bola de volta para o meio de campo", disse. O discurso fez com que parte da plateia iniciasse uma vaia contra o pré-candidato.

Ciro reagiu. "Pois é, vai ser assim mesmo. Se quiserem presidente fraco, escolham um desses aí que vêm com conversa fiada para vocês." Em seguida, o pré-candidato pediu que a plateia colocasse a "mão na consciência". "50 milhões de compatriotas nossos estão vivendo o pão que o diabo amassou na informalidade. Vamos colocar a mão na consciência, cavalheiros", afirmou. O evento promovido pela CNI, chamado "Diálogo da Indústria com os candidatos à Presidência da República", tem como objetivo apresentar aos presidenciáveis propostas do setor para as eleições deste ano.

Antes do fim de seu tempo, Ciro voltou a falar sobre o assunto e procurou defender que o problema da indústria brasileira não são os salários de trabalhadores, mas sim a política de câmbio e juros. Em seguida, ele arrancou aplausos da mesma plateia ao dizer que irá agir sobre "os dois preços centrais que estão desindustrializando o Brasil: câmbio e juros". "Vou agir para a indústria sobreviver e competir", acrescentou ao receber apoio dos presentes no evento.

O episódio irritou o pré-candidato. Em coletiva de imprensa após o evento, Ciro minimizou as vaias e criticou as perguntas dos jornalistas sobre o caso. "Não tem jeito, é a isso que vocês vão dar destaque. Escreva o que você quiser", disse a um jornalista. "Fui vaiado por uma pequena fração da plateia, mas não estou preocupado. Meu lado é o lado da classe trabalhadora", afirmou.

Ele também ironizou o fato de a mesma plateia ter aplaudido, mais cedo, o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que também discursou no evento da CNI. "Sinal dos tempos", respondeu. "Cada um tem o candidato que merece, eu teria vergonha de bater palma para o Bolsonaro", afirmou.

Crítica ao Judiciário

Mais uma vez, Ciro Gomes defendeu que é preciso restaurar o poder político no Brasil. Ele criticou a postura da Justiça brasileira. "O Judiciário brasileiro precisa voltar para o seu quadrado, o Ministério Público precisa voltar para o seu quadrado. O Brasil precisa ter clareza de que formação bruta de capital exige governo forte. A quem serve presidências fracas? A quem serve democracias que o presidente da República nomeia um ministro para o Supremo e este proíbe um ministro (de Estado) de tomar posse. Precisamos restaurar a força do poder político", disse.

Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff foi impedida de nomear o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil. Mais recentemente, o STF também suspendeu a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. O pré-candidato do PDT não deixou claro a qual episódio estava se referindo.

Sem citar diretamente o presidente Michel Temer, Ciro ainda disse que "há um quadrilheiro" na Presidência da República. "Há uma anarquia generalizada no nosso País; o poder político de Brasília está desmoralizado e perdeu capacidade de governar. Há um quadrilheiro na Presidência da República, que conheço de longa data", complementou.

Estadão
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