Banco do Japão debateu necessidade de mais aumentos nos juros, mostra resumo de opiniões do conselho
Os formuladores de política monetária do Banco do Japão debateram a necessidade de continuar aumentando as taxas de juros, mesmo depois de um aumento em dezembro, com uma das autoridades defendendo aumentos a cada poucos meses, mostrou um resumo das opiniões do conselho, destacando seu foco nas pressões inflacionárias.
Alguns membros do conselho consideraram que as taxas de juros ainda baixas do Japão estão entre os fatores que enfraquecem o iene e aumentam as pressões sobre os preços, mostrou o resumo na segunda-feira, sugerindo que os movimentos da taxa de câmbio serão importantes em suas discussões sobre futuros aumentos das taxas.
Na reunião de 18 e 19 de dezembro, o BOJ elevou sua taxa de política monetária de 0,5% para 0,75%, o maior valor em 30 anos, dando mais um passo histórico para encerrar décadas de grande estímulo monetário e custos de empréstimos próximos de zero.
O resumo mostrou muitos membros da diretoria articulando a necessidade de novos aumentos na taxa de política monetária do BOJ, que permaneceu significativamente negativa em termos ajustados pela inflação.
"Ainda há uma distância considerável em relação aos níveis considerados neutros", opinou uma das autoridades, acrescentando que o BOJ deveria aumentar as taxas "com intervalos de alguns meses em mente, por enquanto".
Outra autoridade disse que o iene fraco e o aumento das taxas de juros de longo prazo se devem, em parte, ao fato de a taxa de política monetária do BOJ estar muito baixa em relação à inflação.
"O aumento da taxa de política monetária em tempo hábil poderia conter a pressão inflacionária futura e ajudar a manter as taxas de juros de longo prazo baixas", mostrou o segundo parecer.
Uma terceira autoridade também solicitou que o BOJ aumentasse "de forma constante" as taxas de juros para evitar ficar para trás na curva ao lidar com o risco de uma inflação muito alta, segundo o resumo.
Algumas das opiniões, no entanto, enfatizaram a necessidade de agir com cuidado, observando como as medidas do BOJ afetam os desenvolvimentos econômicos, financeiros e de preços, ao decidir sobre futuros aumentos das taxas.
"Dada a dificuldade de identificar a taxa de juros neutra, o Banco não deve ter como meta um nível específico da taxa neutra, mas sim ser flexível em sua condução da política monetária, uma vez que se espera que o ambiente das taxas de juros no exterior também mude", disse uma autoridade.
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