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Após carta de FHC, Alckmin prega união do centro e apela a voto útil

Candidato do PSDB ao Planalto mantém discurso de que o radicalismo não é o caminho nas eleições 2018

21 set 2018 - 23h05
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SALVADOR - Um dia após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgar carta pedindo união dos candidatos do centro e afirmando que "ainda dá tempo de deter a marcha da insensatez", o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou, em visita a Salvador, que não acredita que existirá desistência dos outros postulantes à Presidência da República para apoiar uma candidatura unificada nas eleições 2018.

O tucano, contudo, voltou a apelar para o discurso do voto útil, ao dizer que "o eleitor pode buscar aquele candidato que mais possa representar o centro democrático para evitar os extremismos que não vão resolver os problemas do Brasil".

"Eu não acredito que vá ter desistência de candidatos, mas acho que o eleitor pode buscar aquele candidato que mais possa representar o centro democrático, para evitar os extremismos que não vão resolver o problema do Brasil. Quem perde com os extremistas é o País", afirmou o ex-governador de São Paulo, que registrou 7% de intenção de voto na última pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo.

"Eu acredito que o eleitor ele tem todas as condições de buscar essa união. É nas últimas duas que o voto efetivamente é definido. Nós temos, no voto espontâneo, 30% ainda não definido. Agora é que realmente vai efetivar a decisão do voto", pregou Alckmin.

Ele voltou repetir que "o caminho não é o radicalismo", que "os extremismos não vão resolver o problema do País" e que "precisamos fazer o esforço conciliatório". "A carta do Fernando Henrique é um alerta dizendo 'olha, não podemos errar de novo'", resumiu o tucano.

A declaração foi dada no início da noite desta sexta-feira, 21, durante comício no Centro Histórico de Salvador, organizado pelo prefeito da capital baiana, presidente nacional do DEM e coordenador político da campanha de Alckmin, ACM Neto. A atividade eleitoral reuniu uma multidão em frente à Praça da Cruz Caída, porta de entrada para o Pelourinho.

A maior parte dos presentes, claques ligadas a políticos locais que compõem a base liderada por ACM Neto na Bahia, seguravam bandeiras e 'pirulitos' com fotos de candidatos a deputado estadual e deputado federal. O prefeito, bem avaliado na cidade e reeleito nas eleição de dois anos atrás com 74% dos votos, foi o centro das atenções.

"Esse foi o maior encontro da nossa da campanha. O Neto é o mais quadro da nova geração, o melhor prefeito do Brasil", elogiou Alckmin, referindo-se ao aliado. O prefeito foi o responsável, na última semana, por convocar reuniões para conter os ânimos dos partidos do centrão que ensaiavam um "desembarque" da campanha do presidenciável tucano.

Em discurso, ACM Neto critica Bolsonaro e Haddad

Muito aplaudido quando discursou, ACM Neto foi duro ao criticar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, por segundo ele nunca ter apresentado propostas relevantes como parlamentar, e o presidenciável do PT, Fernando Haddad, a quem ironizou por ter perdido a eleição para prefeitura de São Paulo ainda no primeiro turno, em 2016.

O tom duro do aliado foi a senha para Alckmin, conhecido pelo tom tranquilo, também endurecer o discurso contra os rivais, que lideram as últimas sondagens eleitorais. "(Haddad) Não conseguiu dar conta de uma prefeitura, como é que vai conseguir dar conta do Brasil?", afirmou, por exemplo, sobre o candidato do PT, mas sem citá-lo nominalmente.

O ex-governador paulista ainda voltou a afirmar que Bolsonaro "deu o primeiro tiro no bolso do contribuinte, na classe média, querendo criar mais um imposto, um imposto ruim, em cascata", ao se referir à proposta de recriação da CPMF, feita pelo guru econômico do capitão da reserva, o economista Paulo Guedes. "Do outro lado tem um candidato querendo resolver tudo na bala. O Brasil não vai resolver seus problemas na bala", alfinetou Alckmim.

A ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT) também foi alvo do presidenciável, quando perguntado sobre o desemprego no País. "Foi dona Dilma e o PT que foram responsáveis por esse descalabro. A crise foi muito dura. Foram 13 milhões de desempregados que o PT deixou como herança do descontrole total das contas públicas", afirmou.

Estadão
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