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PDT acredita que irá "abocanhar" votos de Lula para Ciro

Pedetistas em SP creem que rejeição de Haddad pode favorecer voto no ex-ministro para presidente nas eleições 2018

2 set 2018 - 12h35
(atualizado às 14h12)
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O indeferimento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), definida no sábado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) animou a campanha do PDT em São Paulo nas eleições 2018. Aliados do presidenciável Ciro Gomes acreditam que ele pode abocanhar boa parcela do eleitorado simpático a Lula no Estado.

"Ciro se torna uma alternativa segura para o eleitor. A chamada união da esquerda, que tentamos no primeiro turno, pode se dar agora de forma forçada", disse ao Estado/Broadcast Político o candidato do PDT ao governo de São Paulo, Marcelo Cândido.

Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes
06/06/2018
REUTERS/Adriano Machado
Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes 06/06/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O candidato ao Senado Antonio Neto (PDT) acrescentou: "Agora que as coisas ficam mais claras, a possibilidade de Ciro cresce muito em São Paulo. O eleitor pensa em votar em alguém que não tenha que viajar a Curitiba para tomar decisões."

O partido aposta ainda na rejeição a Fernando Haddad, ex-prefeito da capital paulista e provável novo cabeça de chapa petista, para atrair parte dos votos do PT no Estado. "Isso ajuda. Ciro conversa com esse eleitor simpático ao PT, mas também tem críticas ao ex-presidente", comentou Neto.

A tese havia sido admitida pela candidata a vice na chapa de Ciro, Kátia Abreu. "Nós estamos nos dedicando muito em São Paulo, porque avaliamos que há pessoas que já votaram no PT e não querem o Haddad. E não querem o (Geraldo) Alckmin (PSDB). Então nós temos de buscar, sensibilizar", afirmou a senadora na última semana.

"Nós estamos nos dedicando muito em São Paulo, porque avaliamos que há pessoas que já votaram no PT e não querem o Haddad. E não querem o (Geraldo) Alckmin (PSDB). Então nós temos de buscar, sensibilizar", afirmou a candidata para vice-presidente pelo PDT, Kátia Abreu
"Nós estamos nos dedicando muito em São Paulo, porque avaliamos que há pessoas que já votaram no PT e não querem o Haddad. E não querem o (Geraldo) Alckmin (PSDB). Então nós temos de buscar, sensibilizar", afirmou a candidata para vice-presidente pelo PDT, Kátia Abreu
Foto: Reuters

O candidato pedetista voltou a criticar a cúpula do PT, desta vez relacionando Haddad a mais um "laboratório" da legenda petista. Ao ser perguntado sobre a capacidade do PT de transferir votos de Lula para Haddad, Ciro declarou que "o Brasil não é um laboratório".

"Não faz dois anos ainda que o Lula e eu apoiamos o Haddad na Prefeitura de São Paulo para tentar uma reeleição. O Haddad perdeu a eleição para o Doria, que é um farsante, e perdeu para o nulo e branco", comentou Ciro, ao fazer campanha em Jundiaí (SP). "A gente precisa ter um pouquinho de responsabilidade para saber que o Brasil não é um laboratório; o Brasil não aguenta mais experiências. A Dilma, afinal de contas, começa esse desastre que nós estamos vivenciando no País", declarou o candidato do PDT.

Questionado se estava afirmando que Haddad seria mais um "laboratório" do PT, Ciro desviou. "Chega de futrica. Vamos trabalhar." O pedetista não quis opinar sobre a capacidade de transferência de votos de Lula para Haddad. "Vocês é que vão dizer, né?", declarou a jornalistas, após rir com a pergunta.

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