Alckmin recebe encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA um dia após tarifaço entrar em vigor
MDIC se limitou a dizer que encontro foi r'para tratar das relações bilaterais'; sobretaxa de 50% a produtos brasileiros entrou em vigor nesta quarta-feira, 6
BRASÍLIA - Um dia após o início da vigência do tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos ao Brasil, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, se reuniu com o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar. Foi o primeiro encontro entre as duas autoridades.
A reunião, que não constava na agenda oficial de Alckmin, ocorreu na tarde desta quinta-feira, 7, na sede da pasta e foi confirmada pela embaixada americana.
Minutos depois, a assessoria de Alckmin informou que a reunião foi para tratar das relações bilaterais. "Não há mais informações sobre a reunião", disse a assessoria. Nenhuma das duas autoridades falou com a imprensa após o encontro.
Gabriel Escobar representa o governo dos EUA no Brasil na ausência de embaixador. Desde que assumiu o segundo mandato, o presidente Donald Trump não nomeou um representante no País.
Nesta quarta-feira, 6, entrou em vigor a tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, que se soma à tarifa recíproca de 10%. A Casa Branca, no entanto,excluiu da sobretaxa 694 itens, como aviões da Embraer, suco de laranja e petróleo.
Telefonema para Trump
Nesta quarta, em entrevista à Reuters, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, no momento, não vê espaço para ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump para tratar do tarifaço. Ele pontuou, porém, que não terá dúvida em ligar quando sua "intuição" lhe disser que o líder americano está disposto a negociar.
"Não tenho por que ligar para Trump porque, nas cartas que ele mandou, ele não fala em negociação", disse Lula. "Um presidente não pode ficar se humilhando para outro. Quando minha intuição disser que Trump quer negociar, não terei dúvida de ligar", afirmou. "Mas eu não vou me humilhar", frisou.
Lula disse que o Brasil irá "gastar tudo o que for possível de negociação" antes de tomar alguma medida de retaliação aos EUA.
"Eu poderia taxar produtos americanos, mas não farei, porque não quero ter mesmo comportamento (que os EUA)", afirmou.