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Alckmin ignora Bolsonaro e diz que Haddad já foi ao 2º turno

"Precisamos é escolher quem vai contra o PT para vencê-los no segundo turno, esse é o fato", afirmou o candidato do PSDB

19 set 2018 - 13h34
(atualizado às 14h11)
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O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira que o PT já está no segundo turno da eleição presidencial e o que precisa ser decidido agora é quem irá para a disputa com o candidato petista Fernando Haddad.

"Precisamos é escolher quem vai contra o PT para vencê-los no segundo turno, esse é o fato. O PT já está no segundo turno", afirmou Alckmin durante evento da revista "Veja" em São Paulo.

Alckmin durante entrevista em Brasília
 17/9/2018   REUTERS/Adriano Machado
Alckmin durante entrevista em Brasília 17/9/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Ao ser questionado se não acredita que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto, também esteja garantido no segundo turno, Alckmin foi categórico em dizer que não.

"Eu acho que uma parte dos votos do Bolsonaro é só anti-PT, só anti-PT, estão lá porque acham que é o caminho para derrotar o PT", afirmou.

Segundo ele, a tarefa agora é a de mostrar que as duas opções - Haddad e Bolsonaro - são equívocos e voltou a repetir sua tese de que o Bolsonaro é um "passaporte para a volta do PT".

"Nós vamos mostrar os dois equívocos que o Brasil pode trilhar. Um que é a escuridão, que é o PT, nós já conhecemos, não podemos errar de novo, já vimos no que deu. E do outro lado, você tem o salto no escuro, coisa inimaginável, alguém que passou 28 anos na Câmara Federal votando sempre pelo corporativismo, atrasado, a maioria das vezes votando junto com o PT", acrescentou o tucano, referindo-se a Bolsonaro.

Alckmin disse que não mudará sua estratégia e aposta em uma "onda final" de crescimento na última semana para colocá-lo no segundo turno.

Apesar da negativa, o tucano decidiu na véspera mudar sua estratégia de comunicação com o eleitor por meio de ataques mais fortes sobre o risco de uma vitória de Haddad, além da retomada da artilharia contra Bolsonaro, segundo o presidente do PPS, Roberto Freire, que participou de reunião da campanha do PSDB. Nos últimos anos, quem atraía os votos antipestistas eram os candidatos do PSDB.

Candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, faz campanha em mercado popular no Rio de Janeiro
13/09/2018
REUTERS/Sergio Moraes
Candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, faz campanha em mercado popular no Rio de Janeiro 13/09/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

"O que eu vejo é que nós temos 30% do voto espontâneo indefinido, as pesquisas mostram claramente isso, então a campanha está em aberto. Ela não está definida e ela está por ondas, né? Teve onda Marina, onda Ciro, onda Haddad, ela vai por ondas e o que vai valer é a última onda", disse a jornalistas após o evento.

Na pesquisa Ibope divulgada na noite de segunda-feira, Alckmin oscilou negativamente 2 pontos percentuais, para 7% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro apareceu na liderança, com 28%, e Haddad saltou 11 pontos, para 19%, se isolando no segundo lugar.

PETROBRAS E IMPOSTOS

Alckmin voltou a defender a redução da carga tributária ao comentar uma proposta do coordenador econômico de Bolsonaro, economista Paulo Guedes, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de recriação de um imposto sobre movimentações financeiras.

"Aí tem dois modelos. O nosso: cortar gasto, cortar gasto, cortar gasto. O outro já anunciou, o que fala em nome do Bolsonaro, já quer criar a CPMF. Pronto, então vamos passar para o povo a conta. Vamos criar mais um imposto, está aí o Paulo Guedes falando para os jornais", afirmou o candidato.

"De jeito nenhum. Vou reduzir a carga tributária, aliás quero dizer claramente aqui. Vamos cortar gastos para valer, sabemos fazer isso", disse Alckmin ao ser questionado se pensa em criar algum tributo.

O tucano acrescentou que o Estado de São Paulo registrou em 2017, sob seu governo, superávit sem aumentar nenhum imposto, em meio a uma crise que atingiu outros grandes Estados do país.

Quando indagado sobre se irá privatizar a Petrobras caso eleito, Alckmin defendeu que parte das atividades sejam privatizadas e que se traga o setor privado para investir em refinarias.

"Não podemos trocar monopólio estatal por monopólio privado. O que a Petrobras tem de expertise? Pesquisa e exploração de petróleo em águas profundas e é isso que ela deve fazer e faz muito bem. Todo o restante privatiza, tudo. Gasodutos, distribuição, refino", afirmou o presidenciável.

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