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Alckmin define Bolsonaro como alvo na corrida presidencial

Campanha de pré-candidato tucano age para 'desconstruir' deputado, líder nas pesquisas

6 jun 2018 - 05h02
(atualizado às 08h41)
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O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, deixou de lado o estilo conciliador para tentar "desconstruir" o deputado Jair Bolsonaro (RJ), presidenciável do PSL que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato.

Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante evento com prefeitos em Niterói
08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante evento com prefeitos em Niterói 08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Segundo aliados e auxiliares do ex-governador, a ideia é alertar o eleitorado que votou em tucanos nas últimas eleições sobre o "risco" que o deputado representaria. As pesquisas mostram que Alckmin e Bolsonaro estão empatados em São Paulo, Estado que foi governado por ele nos últimos oito anos.

Alckmin continua estagnado nas pesquisas de intenção de voto, o que causa apreensão no PSDB e entre apoiadores.

A escalada contra Bolsonaro começou nos últimos dias em postagens no Twitter. No dia 23 de maio, a assessoria de Alckmin publicou reportagens sobre a evolução patrimonial de Bolsonaro. No dia 30, outra publicação nas redes sociais criticou indiretamente o fato de o deputado ter apoiado a greve dos caminhoneiros e depois defendido que a manifestação fosse interrompida. "O ódio dos radicais trará caos. Temos que estar atentos para aqueles que jogam combustível no incêndio para depois aparecer vestidos de bombeiros", escreveu o tucano.

2.º turno. Nesta terça-feira, 5, o ex-governador subiu ainda mais o tom e afirmou que Bolsonaro não deve chegar ao segundo turno. "Acho que ele (Bolsonaro) não chega no segundo turno. Vocês (jornalistas) se impressionam com pesquisa antes da hora", afirmou o pré-candidato tucano, que participou de um encontro da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), em São Paulo.

Sem entrar em detalhes sobre as razões pelas quais descarta o deputado fluminense na segunda etapa de votação, Alckmin repetiu o mantra de que a eleição só começa depois de definidos os candidatos. "Depois de acabar a Copa do Mundo e depois de umas duas semanas de (campanha na) televisão e rádio, aí você está mais perto e a população está interessada. Aí é que começa a corrida eleitoral", disse.

A ofensiva contra o deputado se estende aos parlamentares e líderes tucanos, que também deixaram momentaneamente o antipetismo de lado para concentrar a artilharia no adversário do PSL. "O Bolsonaro vai murchar. Como deputado, votou com o PT em tudo. Ele não tem estrutura, lastro e conteúdo", disse o deputado Ricardo Tripoli (SP), vice-presidente do PSDB.

Procurada, a assessoria de Bolsonaro não quis se manifestar. Já o deputado Carlos Manato (PSL-ES) classificou como "desespero" as declarações do tucano. "A candidatura dele não decola."

"O fato de Alckmin decidir bater no Bolsonaro é uma prova que de fato está aceso o sinal de alerta para a liderança do Bolsonaro", avalia o cientista político Vitor Marchetti, da UFABC. / COLABOROU ALEX TAJRA

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