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Bukele abre caminho para se perpetuar no poder em El Salvador

2 ago 2025 - 19h15
(atualizado em 2/8/2025 às 08h35)
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Parlamento extingue limite de mandatos presidenciais, passando a permitir que presidentes se reelejam indefinidamente, amplia tempo de mandato para 6 anos e acaba com segundo turno.Parlamentares de El Salvador aprovaram uma emenda constitucional nesta quinta-feira (31/07) que amplia o mandato presidencial para seis anos e autoriza ao chefe de governo concorrer à reeleição de forma indefinida.

Nova medida beneficia Nayib Bukele e amplia seu poder no país
Nova medida beneficia Nayib Bukele e amplia seu poder no país
Foto: DW / Deutsche Welle

Com a mudança, o atual presidente, Nayib Bukele - que conta com apoio majoritário no parlamento - poderá disputar o cargo quantas vezes quiser. Até então, mandatos consecutivos eram proibidos no país. A proposta foi aprovada pelos 57 deputados aliados do presidente, enquanto apenas três membros da oposição votaram contra.

A emenda foi apresentada pela deputada Ana Figueroa, do partido liderado por Bukele. Além de permitir a reeleição sem restrições, as novas regras também extinguem o segundo turno no pleito presidencial, no qual os dois candidatos mais votados no primeiro turno disputariam uma nova votação.

Mais poder para o "ditador descolado"

As reformas constitucionais consolidam ainda mais o poder de Bukele, ao ampliar o tempo de mandato, abolir o sistema de dois turnos e autorizar a reeleição indefinida.

O presidente salvadorenho é amplamente criticado por organizações de direitos humanos devido à implementação de seu "regime de exceção" em 2022, que suspendeu direitos constitucionais, permitindo à polícia deter pessoas sem provas.

O estado de emergência levou à prisão de milhares de suspeitos de envolvimento na violência entre gangues no país. A postura linha dura ampliou o apoio popular do presidente.

Em 2021, deputados aliados destituíram juízes da Suprema Corte, provocando uma crise política e reorganizando a composição do tribunal para favorecer Bukele.

No cargo desde 2019, ele foi reeleito em 2024, após a Suprema Corte driblar a proibição constitucional de mandatos consecutivos. Apesar de admitir problemas, o Tribunal Superior Eleitoral de El Salvador oficializou a reeleição de Bukele, o que fortaleceu ainda mais seu controle sobre as instituições do Estado e o Parlamento.

Tais ações levaram analistas a classificá-lo como ditador - alcunha que ele próprio assumiu, ao se autodenominar "o ditador mais descolado do mundo" em sua biografia no Twitter.

"Hoje a democracia morreu em El Salvador", diz oposição

A oposição criticou a aprovação das reformas, questionando especialmente o momento em que foram apresentadas.

"Hoje a democracia morreu em El Salvador... As máscaras caíram", declarou a deputada de oposição Marcela Villatoro durante a sessão parlamentar, criticando o fato de a proposta ter sido votada às pressas durante o período de férias de verão.

gq/ra (AFP, AP, DW)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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