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SP: professores mantêm greve e protestam com “muro de sal”

Sindicato afirma que protesto reuniu 60 mil pessoas em São Paulo nesta quinta-feira; Polícia Militar contabilizou 2 mil

30 abr 2015 - 19h12
(atualizado em 1/5/2015 às 12h21)
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Em assembleia, professores da rede estadual de SP decidiram pela manutenção da greve
Em assembleia, professores da rede estadual de SP decidiram pela manutenção da greve
Foto: Elisa Feres / Terra

Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo que estão em greve há 49 dias realizaram uma nova manifestação na capital na tarde desta quinta-feira. Além de repetirem as reivindicações que já vem apresentando nas últimas semanas – como reajuste salarial e melhores condições de trabalho –, eles protestaram contra a falta de diálogo com o governo do Estado e contra a truculência da Polícia Militar do Paraná, que ontem repreendeu com violência uma manifestação da categoria, na capital Curitiba.

Ao final do ato, os docentes criaram uma "muralha” com sacos de sal em frente ao prédio da Secretaria da Educação. De acordo com Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidente Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), "salário" vem de "sal".

Ao final do ato, os docentes criaram uma "muralha" com sacos de sal em frente ao prédio da Secretaria da Educação
Ao final do ato, os docentes criaram uma "muralha" com sacos de sal em frente ao prédio da Secretaria da Educação
Foto: Marcelo Ferreira Alves / vc repórter

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A manifestação começou por volta das 15h com uma assembleia no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), na Avenida Paulista. De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), 60 mil pessoas participaram. Já a Polícia Militar contabilizou 2 mil. Na assembleia ficou definido que, já que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se abre a negociações, as paralisações vão continuar.

“Precisamos nos manifestar contra a repressão policial que o governo do Paraná fez. Temos que deliberar repúdio a Beto Richa (PSDB). Não aceitamos violência. Aqui em São Paulo ela pode não ser por balas de canhão, mas é para nos forçar a voltar às salas. Se tem uma categoria que está enfrentando governos autoritários é a dos professores. Posso citar apenas três casos: Paraná, São Paulo e Pará. E os três são de governos do PSDB. Coincidência? Não. É a diretriz deles”, disse Bebel. “Estamos aqui para dizer que a nossa greve continua. Se Alckmin não quer negociar, não tem acordo. E se não tem da parte deles, não tem da nossa”, completou.

Na última segunda-feira, o tucano – que garante ter dado reajuste de 45% à classe de 2011 a 2014, informação que é desmentida pela Apeoesp – declarou que “não existe greve de professores em São Paulo” e recebeu mais críticas da entidade e de simpatizantes  da causa.

Professores pediram negociação com o governador Geraldo Alckmin
Professores pediram negociação com o governador Geraldo Alckmin
Foto: Marcelo Ferreira Alves / vc repórter

A presidente do sindicato, no entanto, anunciou dois fatores que dão “esperança” aos grevistas. No próximo dia 7 de maio, líderes do grupo participarão de uma audiência de conciliação com representantes do governo e do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). "Vai ter testemunha, vamos ver como ele (governador) vai se comportar", declarou. Além disso, no dia 13, os professores terão um encontro com o Secretário da Educação, Herman Voorwald. Eles já estiveram com representantes da pasta no último dia 23 de abril e, na ocasião, saíram sem nenhum acordo e foram dispersos pela PM com bombas de gás lacrimogêneo.

Após a assembleia, os participantes seguiram em passeata rumo ao prédio da secretaria, na Praça da República, o que desagradou uma pequena parte dos manifestantes, que se separou da multidão. Eles haviam votado em caminhar pela Av. Rebouças para fechar a Marginal Pinheiros como trajeto.O ato se dispersou por volta das 19h de maneira pacífica. 

Entre as principais reivindicações da classe estão um plano de composição para um aumento de 75,33%, para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior; conversão do bônus em reajuste salarial; aplicação da jornada do piso; reabertura de classes e períodos fechados; e máximo de 25 alunos por sala. O PL das terceirizações e a PEC 171/93, que propõe a redução da maioridade penal, são outros assuntos da pauta do movimento. 

Colaborou com esta notícia o leitor Marcelo Ferreira Alves, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

Fonte: Terra
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