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Plataforma online ajuda cidades a reabrir escolas

Site lançado nesta quinta-feira pelo BID e Fundação Lemann indica a quantidade de alunos que podem ir para o ensino presencial e os protocolos para o espaço físico

19 nov 2020 - 10h45
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Fundação Lemann lançam nesta quinta-feira uma plataforma interativa para ajudar redes públicas de ensino a abrir suas escolas com segurança. O site tem dados de todos os municípios do País e mostra que materiais precisam ser comprados, como organizar o espaço físico, a quantidade de professores necessários e até quantos alunos podem ir por dia presencialmente.

Não há município em que a plataforma Escola Segura não indique os passos para a reabertura, apesar de muitos deles serem classificados pelos próprio sistema como situação de risco altíssimo da pandemia. Os dados de infecção e capacidade hospitalar das cidades vêm de outra plataforma não governamental, a Farol Covid, que monitora e tabula as informações do País.

Em São Paulo, por exemplo, a plataforma diz que situação da pandemia é de risco altíssimo e sugere que haja, além dos protocolos básicos de distanciamento e higiene, barreiras físicas entre as carteiras. A Prefeitura deve anunciar ainda nesta quinta-feira como fica a situação das escolas na cidade. Segundo o Estadão apurou, não deve haver mais flexibilização para o ensino público e particular. Atualmente, apenas o ensino médio pode ter aulas presenciais, a educação fundamental e a infantil estão autorizadas somente a fazer atividades extracurriculares nas escolas.

"Entendemos que não cabia dizer se o município estava pronto ou não para abrir sua escola, mas é preciso sempre planejar e existem maneiras de fazer, de acordo com a situação da doença em cada cidade", diz Ana Paula Pellegrino, coordenadora da Impulso, ONG responsável pela organização tanto da Escola Segura quanto da Farol Covid.

Em Quixadá, no sertão cearense, onde o risco é classificado pela plataforma como moderado há indicações para limitar uso de objetos compartilhados e entrada de pais nas escolas, por exemplo. As cidades também podem escolher numa régua da plataforma a porcentagem de alunos que pretendem permitir que volte ao ensino presencial e simular como aconteceria. Em Quixadá, se 20% retornassem seriam 849 alunos que poderiam ir 1 vez por semana durante 2 horas por dia.

As sugestões de medidas e protocolos vieram de pesquisas feitas em trabalhos internacionais sobre a reabertura. "Havia uma riqueza de boas práticas, referências internacioanis, indicações de possibilidade e caminhos que se poderia tomar, mas era preciso tranformar em uma diretriz acessível", explica Ana Paula.

Segundo o especialista em educação do BID no Brasil João Cossi, a plataforma pretende ajudar principalmente os novos prefeitos no ano que vem, que estão sendo eleitos agora em novembro e muitas vezes não conhecem bem a rede de ensino. "Além de recursos, os gestores precisam de informação de qualidade, baseada em evidências científicas, para tomarem as melhores decisões quanto à saúde da população", diz Morgan Doyle, representante do BID no Brasil.

Estadão
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