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Mãe aguarda filha que foi fazer Enem em SP: 'Ela pediu isso de aniversário de 15 anos'

Filha de Shirley, Ana Letícia completou 15 anos recentemente e surpreendeu a mãe com o pedido especial

5 nov 2023 - 15h43
(atualizado às 17h25)
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Shirley
Shirley
Foto: Marcela Coelho

Sentada em uma cadeira, a funcionária pública Shirley Barranco de Almeida, de 50 anos, permanece na frente da Universidade Paulista (Unip) do bairro Água Branca, em São Paulo, neste domingo, 5, enquanto aguarda a filha de 15 anos terminar o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao Terra, ela contou que a adolescente pediu para que a mãe pagasse a inscrição da prova de presente de aniversário. 

A filha de Shirley, Ana Letícia completou 15 anos recentemente e surpreendeu a mãe com um pedido especial: de presente de aniversário, ela desejava o pagamento da taxa de inscrição para o Enem, uma prova que é a porta de entrada para muitos estudantes universitários.

Shirley, com apoio do pai da Ana Letícia e seu filho mais velho, tomou a decisão de realizar o desejo da filha. "Ela tem apenas 15 anos, mas já está com essa cultura de começar a conhecer. Porque é tudo tão concorrido. A hora que eu cheguei [no local de prova] me emocionei, porque a primeira vez que eu prestei um curso público na minha vida, eu caí nessa escola, tinha 16 anos. Era uma menina e, por acaso, foi aqui", contou. 

Ana Letícia estuda em uma escola particular e está bem empenhada em alcançar seus objetivos. "Ela sempre quis ser engenheira arquiteta."Eu achei que seriam dois cursos separados, mas na USP é possível fazer, tanto que ela também vai fazer Fuvest. Ela é muito empenhada nisso". 

Shirley chegou cedo ao local da prova para garantir que Ana Letícia estaria bem preparada para o exame. Ela sabe que esse treino para o Enem é muito importante e envolve mais do que apenas conhecimento, incluindo cuidados com o estado emocional, preparação física, boa alimentação e um ambiente tranquilo.

Mãe sonha em cursar medicina

Shirley também revelou um pouco sobre sua trajetória de vida, sua dedicação ao ensino e o sonho de ingressar na faculdade de Medicina. De acordo com ela, mesmo antes de considerar essa possibilidade, sua família sempre valorizou a educação. 

"Minha avó, mesmo sendo analfabeta, nos ensinou que o estudo era uma das coisas mais importantes da vida, e meus pais se sacrificaram muito também para eu seguir o caminho do estudo", disse ela.

A história de Shirley também revela uma forte conexão com a escola, onde leciona e ensina crianças e adultos. Ser professora é uma vocação que ela ama e valoriza Com o tempo, sua paixão por Medicina cresceu. No entanto, ela ainda deseja continuar com seu papel como professora, mesmo após a aposentadoria, porque a educação tem um lugar especial em seu coração. 

Quando questionada sobre como encontra motivação para estudar e persistir em sua busca pela Medicina ao longo desses anos, Shirley respondeu: "Eu acho que é, realmente, ajudar pessoas. É você ter, de alguma maneira, uma solução nas suas mãos, que outra pessoa não tem."

Além disso, a professora tem uma rotina de estudo intensa enquanto viaja de ônibus. Nos últimos 12 anos, ela sonha em ser aprovada no curso de Medicina, aproveitando para estudar nos trajetos dos também 12 ônibus que pega durante o dia e que chegam a demorar até uma hora e vinte minutos.

Além disso, sua rotina envolve cuidar da família, cozinhar e realizar outras tarefas domésticas. Ela também se dedica a cursos de pós-graduação e faculdade, mantendo um cronograma rigoroso. Ela enfatiza que não romantiza a situação, reconhecendo que nem sempre tudo sai como planejado, mas faz o seu melhor para estudar quando possível e até oferece aulas particulares quando está com alguém durante os deslocamentos.

Essa rotina de estudos inclui uma divisão entre matérias em que ela tem facilidade e aquelas em que enfrenta dificuldades. Ela utiliza o tempo no transporte público para estudar e se preparar, otimizando ao máximo seus esforços para alcançar seu objetivo de ingressar em Medicina.

*Com colaboração de Isabella Lima

Fonte: Redação Terra
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