PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Em paralisação, médicos de Curitiba bloqueiam cruzamento no centro

23 jul 2013 - 20h15
(atualizado às 21h04)
Compartilhar
Exibir comentários

O dia de paralisação dos médicos do Paraná terminou com uma concentração da categoria no cruzamento das avenidas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, no centro de Curitiba, no final da tarde desta sexta-feira. Depois de uma reunião preparatória da categoria pela manhã e ações nos principais hospitais e demais unidades de saúde da cidade no restante do dia, cerca de 600 médicos ocuparam o cruzamento, interrompendo o trânsito por alguns momentos.

“A primeira ação foi junto aos colegas, para chamá-los para o movimento, mostrar para quem resistia em acreditar, que estamos fortes e coesos. Conseguimos, até, o apoio da Federação dos Hospitais”, disse o presidente da Associação Médica do Paraná, João Carlos Baracho. “Agora, vem esse trabalho junto à população, de mostrar ao cidadão que ele é o grande prejudicado com as medidas anunciadas”, emendou.

Com carro de som, faixas, bandeiras e apitos, eles protestavam contra a Medida Provisória 621, que cria o Programa Mais Médicos, e os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei do Ato Médico. Eles ainda cobravam o investimento de 10% do Orçamento da União na saúde pública. Dentre as propostas do programa Mais Médicos, a classe médica é ferrenhamente contrária à contratação de médicos estrangeiros sem a revalidação dos diplomas e a extensão do curso de medicina para oito anos, com os dois últimos sendo de serviço ao SUS. “Essas medidas acabam criando uma divisão na sociedade brasileira, entre os que podem pagar e serão tratados por médicos especializados e os que não podem e terão suas vidas submetidas a estrangeiros sem o diploma reconhecido pelo Brasil, a estudantes e, até, a não médicos”, disse o presidente do Conselho Regional de Medicina, Alexandre Bley.

Apesar de reconhecerem a má distribuição de profissionais no território brasileiro, os médicos rebatem o argumento do governo federal de que faltam médicos no Brasil. “Curitiba tem cinco médicos para cada mil habitantes, e mesmo assim faltam profissionais em diversos postos públicos. Porque a questão não é a falta de médicos, e sim de condições de trabalho e de carreira no setor público”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos, Murilo Fischer. “Também estão falando que oferecem vaga no interior com salários altos e não aparecem interessados. Mas com que vínculo é esse contrato. Por quanto tempo ele vai receber. Há prefeituras que fazem isso e não pagam nem dois meses”, reforçou.

Para o diretor de defesa profissional da Associação Médica, Jairo Sponholz Araújo, as medidas do governo federal representam risco à população. “Não adianta colocar médico onde não há estrutura, onde não se pode fazer um exame ou não há condições de se realizar uma cirurgia. E colocar estudantes ou médicos sem a comprovação de sua capacidade para atender justamente nesses locais, é uma temeridade. Quero saber se a presidente da República ou o ministro da Saúde assumirão a responsabilidade civil pelas mortes que poderão ocorrer em decorrência disso”.

Os médicos do Paraná voltam a atender normalmente nesta quarta-feira, mas retomam a paralisação nos dias 30 e 31.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/educacao/infograficos/revalida/" href="http://noticias.terra.com.br/educacao/infograficos/revalida/">Revalida: exame justo ou feito para reprovar?</a>

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/iframe-mais-medicos/medico.htm" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/iframe-mais-medicos/medico.htm">veja o infográfico</a>
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade