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Plataformas ajudam RH na gestão da cultura organizacional e engajamento

Softwares apostam em interação, linguagem descomplicada, análise de dados e diagnóstico em tempo real para facilitar comunicação interna

16 jan 2022 - 05h16
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Com impacto direto nos resultados, o engajamento dos colaboradores se tornou o pote de ouro das empresas. De acordo com uma pesquisa conduzida em âmbito nacional pela Feedz em parceria com Vittude e Swile, em julho passado, alguns fatores contribuem diretamente para um maior eNPS (Employee Net Promoter Score, que mede o nível de satisfação e engajamento das pessoas nas empresas). Ter um amigo no trabalho, por exemplo, aumenta o eNPS para 55, contra um eNPS de 22 nas empresas onde os colaboradores não têm amizades.

As organizações que fazem regularmente reuniões one on one (reuniões entre líder e liderado) também saem na frente, com eNPS de 64, enquanto as outras têm eNPS de 26 - e, das pessoas que têm conversas frequentes com a liderança, 92% dizem entender o que é esperado delas no trabalho, enquanto somente 68% das que não batem esse papo regular possuem o mesmo entendimento.

Para auxiliar os gestores no desafio de engajar os funcionários e fortalecer a cultura organizacional, plataformas de RH têm se mostrado boas aliadas. São softwares que apostam em uma comunicação interna horizontal e lançam mão de ferramentas interativas como gamificação, pesquisas e quizzes para que o diálogo entre empresa e colaboradores seja mais efetivo. Um exemplo é a Dialog, que criou um hub de soluções que humanizam a comunicação interna utilizado por organizações como Pepsico, Via Varejo, Livelo, Klabin e Carrefour.

"Com o passar do tempo, a comunicação sofreu grandes mudanças. As pessoas não querem mais receber informações de forma passiva, todos querem ter voz e construir junto", explica Gabriel Kessler, CGO da startup. "Isso é válido para a relação de trabalho. A comunicação interna e o RH passaram a lidar com um público que quer ser mais participativo. A abertura para a interação e participação dos colaboradores é fundamental para a construção de um ambiente engajador."

O superapp Dialog tem mais de 15 recursos nativos, além de outros desenvolvidos sob demanda. Entre as funcionalidades, Kassler destaca a de segmentação, que permite enviar comunicados para grupos categorizados por localidade, departamento e nível hierárquico, por exemplo.

"A segmentação contribui para o engajamento, pois considera a necessidade de uma comunicação direcionada às questões de cada grupo de colaboradores", fala. Já a timeline, com função de curtir, comentar e compartilhar comunicados corporativos, engaja as pessoas a conhecerem mais sobre a empresa como um todo, não apenas um departamento. "É possível ainda que os próprios colaboradores criem seus conteúdos e compartilhem em grupos ou com toda a empresa, rompendo os silos", ele sublinha.

Rede social corporativa

Para a jornalista Thauany Franco, analista de comunicação interna da Central Nacional Unimed, o app da Dialog, batizado na empresa de "TáAqui!", tornou-se peça-chave na jornada dos colaboradores. "O formato de rede social é um canal de comunicação excelente. A gente faz tudo por lá, até bater ponto. É um uso diário mesmo", diz. "A abordagem aproxima mais o pessoal, já que a empresa possui filiais em diferentes estados. Com a chegada da pandemia, facilitou muito."

Com acesso ao dashboard da plataforma, ela exemplifica o engajamento do time com os números dos últimos 30 dias. Atualmente, 96% dos colaboradores são usuários cadastrados, sendo que 87,5% foram ativos no período. A média de interação nos posts é de 5%.

"É um número bem legal, tendo em vista que se trata de uma rede social corporativa. A interação nos posts do mercado (redes sociais em geral) é de 6,31%", observa. "As pessoas têm a opção de postar fotos, têm suas ideias acolhidas. O presidente da empresa faz vídeos por lá. Pensa em Instagram e Facebook; as pessoas usam, se envolvem. A empresa tem que ter um canal que fale essa mesma língua."

Comunicação global e homogênea

A consultoria multinacional Capco foi outra que adotou uma plataforma - a Glint - como parte da estratégia global de engajamento dos colaboradores. "A gente se trata realmente como uma família, e família respeita a diversidade de pensamento e visão de mundo", defende o gerente de pessoas Guilherme Françoso, contando que a empresa segue o conceito Be Yourself At Work (BYAW) - ou "Seja Você Mesmo no Trabalho".

"A escolha da Glint veio porque a plataforma nos oferece uma gama de recursos de inteligência artificial, com insights instantâneos, e conteúdo que nos permitem não apenas identificar as oportunidades de melhoria, como também construir um repositório de melhores práticas e disseminação dos valores e cultura de maneira mais homogênea", diz o executivo.

Além dos relatórios em linguagem simples e com uma profundidade que permite ao gestor identificar rapidamente as características motivadoras e desmotivadoras da equipe, a Glint também fornece comparativos entre outros times e regiões, garantindo a confidencialidade dos dados individuais.

"Há, por exemplo, novos colaboradores que nunca conheceram pessoalmente seus colegas, ou que nunca foram ao escritório", observa Françoso. "A plataforma nos permitiu tirar uma fotografia muito precisa do nível de engajamento de todos e ajustar a nossa comunicação não apenas internamente, mas também externamente, com candidatos, redes sociais e outros canais."

Desenhando a cultura organizacional

Entre as startups aceleradas pela segunda edição do programa Grow, da BlackRocks, a TeamHub, fundada pela mineira Tatiana Santarelli, desenvolveu uma plataforma digital que faz desde o diagnóstico cultural da organização em tempo real até o recrutamento e seleção por fit.

"A TeamHub tem essa missão de descomplicar a cultura organizacional tangibilizando o subjetivo, utilizando a ferramenta para dar forma a essa cultura", define a CEO. "Quando as pessoas veem a cultura em gráficos, em números, facilita o entendimento e vira um grande gancho para o engajamento. Às vezes as pessoas não se engajam na cultura esperada ou nas estratégias porque elas não entendem. Quando a gente desenha, fica mais fácil."

Segundo Santarelli, a TeamHub faz um diagnóstico através de pesquisas online para mapear o padrão de comportamento das pessoas e mostrar quais são os tipos de culturas que estão sendo reforçadas no dia a dia - a "cultura instalada". O software então gera um gráfico que compara a cultura esperada à instalada. "É nessa hora que a mágica acontece porque é quando a pessoa toma consciência do papel dela e de que ela faz parte desse processo, da construção e fortalecimento de uma determinada cultura", afirma.

Software para inclusão da diversidade

Tarso Oliveira, cofundador da Troca, conta que a startup começou a trabalhar com inclusão das diversidades nas empresas em 2019. Em meados de 2020, foi lançada a plataforma Seja Troca, um sistema de gestão, engajamento e inclusão da diversidade com uma série de serviços que passam por sensibilização, educação, treinamento, banco de pessoas e análise de dados.

"Com a chegada da pandemia e a explosão do desemprego, a gente percebeu que muitas vezes a própria cultura organizacional não estava pronta para receber essas pessoas", diz. O processo, segundo ele, deve passar primeiro por assumir e entender que a organização tem fragilidades em relação à diversidade, sensibilizar as lideranças e o operacional e então treinar e educar sobre os diferentes temas que a diversidade traz.

"A gente ensina, primeiro, a criar um ambiente propício para a inclusão", explica o empreendedor. "As empresas acessam o software e conseguem fazer toda a gestão da diversidade e ajudar no processo de torná-la de fato sustentável." Para isso, a plataforma disponibiliza conteúdos focados em diversidade segmentados por área, cargo e nível hierárquico e faz a análise de dados, em que a estratégia efetiva é montada a partir das dores identificadas. t"O gestor é envolvido no sistema de acompanhamento, com desenvolvimento de habilidades socioemocionais e do lado psicossocial, fazendo com que a falta de privilégios não seja um empecilho para a permanência da pessoa no time", conclui Oliveira.

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Estadão
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