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Capacidade de se comunicar e pensamento crítico ainda são diferenciais

Cuidado, liderança e disponibilidade para aprender têm futuro; formação exigirá multidisciplinaridade e evoluir soft skills

31 mai 2022 - 05h10
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No campo das Ciências Humanas, profissões ligadas às mídias sociais, produção de conteúdo, economia, negócios e marketing são bem absorvidas pelo mundo do trabalho. A tendência atual, entretanto, é que, independentemente da área de atuação, o profissional tenha uma formação multidisciplinar, capacidade analítica e pensamento crítico.

Dentro da comunicação, um carro-chefe das Ciências Humanas, as mídias sociais criaram um nicho. Uma pesquisa do LinkedIn listou as 15 profissões emergentes; entre elas estão gestor de mídias sociais no topo do ranking e assistente de mídias sociais, em 12.º lugar. Esses profissionais, cada um com seu escopo, são responsáveis por gerir a imagem e promover o engajamento de uma pessoa física ou jurídica nos canais digitais, ampliando as possibilidades de negócios.

A adoção de tecnologias deu origem a uma demanda de empregos, mas também refletiu a importância contínua da interação humana. Um relatório do Fórum Econômico Mundial, que mapeou as oportunidades da nova economia, aponta que, embora o domínio de tecnologias disruptivas seja fundamental para o futuro do trabalho, habilidades como cuidado, liderança e capacidade para aprender serão igualmente valorizadas. O mundo do trabalho será ao mesmo tempo centrado na capacidade humana e na tecnológica.

Jane de Freitas Mündel, head de Marketing e Inteligência de Mercado da ESPM, acredita que as profissões ligadas às relações humanas sempre terão espaço no mundo do trabalho. "Por mais que estejamos vivendo a era dos dados, dos algoritmos, da inteligência artificial, o que nunca vai deixar de existir são as relações humanas, baseadas na intuição, na criatividade, no 'olho no olho', na comunicação não verbal. Nenhuma tecnologia do mundo substituirá isso. E tem a ver com pessoas. Tem a ver com as Ciências Humanas e, principalmente, com a Comunicação. Nesta área, sempre haverá espaço, de uma forma ou de outra, no mercado de trabalho", explica Jane.

Pensando nisso, a ESPM lançou o Lifelab, um programa para desenvolver as soft skills, também chamadas de competências socioemocionais, que vão além do conhecimento técnico e teórico. São dinâmicas realizadas entre alunos de diferentes câmpus da universidade. "É uma vertical de disciplinas inéditas e inovadoras, que visam a celebrar o "lifelong learning" (processo contínuo de estudar) e as soft skills, preparando estudantes, cidadãos e profissionais mais capazes de enfrentar a vida e o trabalho de hoje e do futuro - as tais carreiras que nem existem."

ANÁLISES E NEGÓCIOS

Ainda dentro das Ciências Humanas, outra graduação de destaque é Relações Internacionais. O internacionalista é um profissional capacitado, entre outras funções, a fazer análises do cenário geopolítico, econômico e social, que dão base a tomadas de decisões e rendem negócios. Para isso, a formação engloba o aprofundamento em várias temáticas.

O currículo do curso do Ibmec, por exemplo, mescla disciplinas de Empreendedorismo, Inovação, Negociações e Resolução de Problemas com as clássicas, como Política Internacional, Segurança e Defesa e Organizações Internacionais. "Isso tem permitido aos alunos desenvolverem habilidades para a construção de relatórios de consultoria empresarial e de inteligência, cenários e proposição de projetos, essenciais para atuações profissionais que passam pelo digital e exigem um olhar atento às grandes tendências", explica Carla Gonçalves, coordenadora-geral de graduação no Ibmec São Paulo.

Ela reafirma o perfil multifacetado do curso e, consequentemente, de quem o procura. "São jovens críticos sem amarras, com alto potencial analítico, hábeis na comunicação e na resolução de problemas, e altamente adaptáveis ao ambiente em que atuam."

Foi a formação multidisciplinar que atraiu José Amaro Gonzaga Ribeiro, de 31 anos, para o curso de Relações Internacionais do Ibmec. Primeiramente ele ingressou em Economia, mas fez a migração depois de vislumbrar a possibilidade de uma "formação que o mercado espera". "É um curso que traz bastante possibilidade. As pessoas acham que o internacionalista pode ser somente um diplomata, trabalhar no governo e fazer representação de empresa no exterior. É uma visão equivocada, porque é um profissional que atua em empresas, com relações governamentais, como consultor interno e externo. Já me vi avançando em vários processos seletivos por causa da formação multidisciplinar que o curso oferece", afirma Ribeiro, que está no último ano da graduação.

Atualmente, ele trabalha em uma empresa de recuperação de crédito, na área de negociação, e acredita que o curso superior contribui para melhorar sua atuação. "A grade tem muitas disciplinas de Humanas, como Direito, Ciência Política, Filosofia Aplicada, Política Externa Brasileira. Trabalha muito o poder analítico dos estudantes, algo que é necessário adquirir independentemente do curso, da profissão", afirma.

AUTOAVALIAÇÃO

O desenvolvimento das soft skills também está no radar do Ibmec. A coordenadora-geral da graduação, Carla Gonçalves, diz que essas habilidades são fundamentais tanto para quem quer atuar no mercado corporativo como para quem quer empreender.

Na grade do curso, como parte da disciplina chamada Projeto Aplicado, competências como adaptabilidade, visão analítica e empatia são autoavaliadas e também avaliadas pelos colegas do programa. Também há análise de cases e situações reais, simulações e aprendizagem com base em problemas. "O professor consegue comparar os resultados para servir de ponto de reflexão e troca de feedback, e assim melhorar o desenvolvimento dos estudantes", diz Carla.

Na instituição, os estudantes também são incentivados a criarem as próprias startups e os projetos inovadores. Quando o projeto é validado, o aluno passa pela mentoria do Ibmec Hubs, programa em que é estimulado a trabalhar com estudantes de diferentes áreas e desenvolver competências como técnicas de gestão e de fluência digital.

Estadão
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