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Americano desbanca brasileiro e é escolhido melhor professor dos EUA

Brasileiro Alexandre Lopes e outros dois professores americanos estavam na disputa. Eles serão recebidos amanhã pelo presidente Barack Obama

22 abr 2013 - 11h48
(atualizado às 12h58)
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Jeff  Charbonneau dá aulas de química, física e engenharia para alunos do ensino médio
Jeff Charbonneau dá aulas de química, física e engenharia para alunos do ensino médio
Foto: Departamento de Educação dos EUA / Divulgação

Um americano que dá aulas de ciências para o ensino médio foi eleito nesta segunda-feira o melhor professor dos Estados Unidos. Jeff Charbonneau,35 anos, leciona desde 2001 para alunos Zillah High School, em Zillah, no Estado de Wahshington. Formado em biologia, ele tem mestrado em educação e usa robôs e outras ferramentas interativas para despertar o interesse dos jovens pela química, física e engenharia.

Charbonneau competia com o brasileiro Alexandre Lopes, que dá aulas de educação infantil para crianças e que havia sido eleito o melhor professor da Flórida. Outros dois docentes do ensino médio disputavam o prêmio, criado em 1952 como forma de estimular o trabalho dos educadores. Todos serão recebidos na terça-feira pelo presidente americano Barack Obama, em uma homenagem na Casa Branca.

Entre os principais desafios de Charbonneau como professor está o de reverter o estigma dos alunos que as disciplinas da área de ciência são difíceis. Ele criou uma competição de robôs e usa outras experiências interativas para ajudar os alunos a desenvolver a confiança em suas habilidades.

"Saúdo os meus alunos em sala de aula todos os dias, dizendo: 'bem-vindos de volta para mais um dia no paraíso'", disse o professor em uma entrevista divulgada pelo Departamento de Educação, que organiza a premiação.

"A verdade é que o paraíso deve ser construído, mantido e melhorado a cada dia. Frases como 'não pode', 'é muito difícil' e 'é impossível' são removidas do nosso vocabulário. Este conceito tornou-se a minha filosofia de ensino, como promover a autoconfiança, o sucesso escolar, a colaboração e dedicação dentro da minha sala de aula, a escola e a comunidade em geral", completou Charbonneau.

Professor brasileiro não pensava em dar aulas

Natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Alexandre Lopes chegou a final do concurso de melhor professor após percorrer várias etapas. Primeiro, concorreu na escola em que leciona, a Carol City Elementary, depois, na região central e no condado de Miami-Dade, até chegar ao Estado da Florida.

Em cada etapa, é necessário um trabalho escrito que demonstre a filosofia e a prática educacional do docente, entre outros quesitos. Os candidatos também são entrevistados e observados em sala de aula pelo comitê de seleção. Quando se apresentam para as entrevistas formais, têm 30 minutos para escrever uma redação sobre um tema surpresa. 

Logo que chegou aos Estados Unidos, contudo, o brasileiro ainda não pensava em ser professor. Lopes trabalhou como comissário de bordo, voando rotas latino-americanas como intérprete de português e espanhol. Quando a vocação começou a se manifestar, procurou um mestrado na área de ensino, especializando-se em educação especial na primeira infância na Universidade de Miami.

Foi no mestrado que o professor começou a se envolver com o programa de inclusão para crianças com autismo em sala de aula. No programa, alguns alunos têm autismo e outros têm o desenvolvimento típico para a idade. "Minha visão educacional é holística. Cuido do lado acadêmico, mas também do lado social e emocional de meus alunos", contou em entrevista ao Terra no ano passado.

Fonte: Terra
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