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Dividido, PSL muda de posicionamento e anuncia apoio a Lira

Sigla havia integrado bloco que referendava candidatura de Baleia Rossi

21 jan 2021 - 18h55
(atualizado às 19h28)
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - O PSL aderiu formalmente ao bloco de apoio do candidato Arthur Lira (Progressistas-AL) à presidência da Câmara, ampliando as divergências internas do partido depois que o presidente Jair Bolsonaro anunciou sua saída e tentou, sem sucesso, criar o Aliança pelo Brasil.

Com a segunda maior bancada da Câmara, composta por 52 deputados, a legenda havia anunciado apoio público a Baleia Rossi (MDB-SP) - o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), chegou a participar do evento de lançamento do emedebista. Assim que as dissidências começaram a se tornar públicas, Bivar, por meio de nota, disse que o PSL estava "fechado" com Baleia Rossi e que assim permaneceria "até o fim".

Mas deputados da ala dissidente e se uniram para obter maioria e mudar o posicionamento da sigla. O apoio do partido a Lira já consta do sistema da Câmara dos Deputados. Nas redes sociais, o deputado Major Vitor Hugo comemorou.

"Foi necessário que a maioria da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados impusesse o registro, já que Rodrigo Maia (DEM-RJ) estava colocando todo tipo de dificuldade. Vitória do Brasil", disse, em referência ao presidente da Câmara.

Em sua conta no Twitter, Lira comemorou a decisão e disse que "prevaleceu a vontade dos deputados". Lira tinha inicialmente o apoio de 32 deputados dentro do PSL - dos quais 17 suspensos, o que invalidaria suas assinaturas. Mas nos últimos dias, quatro parlamentares do partido decidiram apoiar Lira, ampliando a 19 a quantidade de deputados dissidentes, mais que os 16 favoráveis a Baleia Rossi.

O vice-líder do PSL, Júnior Bozella (SP), disse que o partido trabalha para convencer os dissidentes a mudar de posicionamento e para que "abram os olhos". Segundo ele, muitos deputados tiveram apoio do partido para disputar prefeituras nas eleições de 2020, foram contemplados na divisão das verbas do fundo eleitoral e comandam diretórios estaduais e regionais.

"É preciso que se tenha o mínimo de dignidade. Acredito que quem fez esse movimento deve repensar e refletir, pois é um preço muito alto a se pagar e a história vai cobrá-los", disse ele ao Estadão/Broadcast. "Entrar em um bloco patrocinado pelo Palácio do Planalto é extremamente nocivo para a nação."

Bozella afirmou que Bolsonaro está loteando cargos e verbas para obter apoio à candidatura de Lira. "Os deputados eleitos pelo PSL deveriam colocar a cara e dizer que o presidente nos enganou", criticou o deputado. "Primeiro comprou o Centrão e a segunda fase desse movimento é agora mais avacalhada e esculhambada. O bloco de Lira é o bloco da promiscuidade."

Procurada, a assessoria de Baleia Rossi disse que o PSL é um partido dividido. "O deputado Baleia acredita nos votos que tem no PSL e vai trabalhar para que essa formação do bloco não seja consolidada na apresentação oficial das chapas, no dia da eleição", disse, por meio de nota.

Estadão
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