Dentista perde a mão após infecção mas continua trabalhando com prótese biônica; veja
Thais Nogueira enfrentou um câncer de colo do útero e mesmo tendo sua mão amputada conseguiu voltar a trabalhar através de prótese biônica
A dentista Thais Nogueira, de 46, enfrentou vitoriosamente um câncer de colo do útero agressivo. As complicações desse tumor a levaram à perda da mão esquerda. No entanto, o que parecia o fim para essa dentista determinada foi transformado em força e recomeço. Com uma carreira consolidada em Mauá (SP), Thais se reinventou e viveu uma reabilitação difícil mas com grandes esperanças.
Com o uso de uma prótese biônica, a destista, não apenas voltou a ter os movimentos, mas também a autonomia e a autoestima. Hoje, Nogueira compartilha sua rotina nas redes sociais, onde seus vídeos já somam mais de dois milhões de curtidas.
Conheça a história de Thaís Nogueira
Thais Nogueira detalhou sua história em entrevista a A Viva Bem e explicou que em 2021, foi diagnosticada com câncer de colo do útero em estágio avançado. "A Thais que todos conheciam seria transformada para sempre. Jamais imaginei que, após quase 20 anos de profissão, teria de recomeçar.", expôs.
Devido à doença, Thais enfrentou tratamentos longos e agressivos. Tiveram momentos que acreditou estar curada, mas logo descobriu que a radioterapia havia causado uma lesão na bexiga, chamada cistite actínica. Sofreu com hemorragias, internações frequentes e, por fim, uma infecção urinária.
No dia 29 de setembro de 2023, o seu quadro evoluiu para uma sepse. Ficou em coma, em estado gravíssimo. Seus órgãos começaram a falhar: rins, batimentos cardíacos, tudo descompensado. Fizeram um acesso em seu braço esquerdo, onde teve uma trombose. Precisou receber noradrenalina em doses altas para manter a pressão e salvar sua vida, mas o medicamento comprometeu a circulação nas extremidades. Começou a necrose: o corpo sacrificando membros para preservar os órgãos vitais.
"A situação era praticamente irreversível, e só um milagre poderia me salvar. Aos poucos, meu corpo reagiu e recobrei a consciência", disse Thais. "Mas, ao acordar, como profissional da saúde, já sabia: minha mão estava perdida. Estava preta, necrosada, sem chance de recuperação. Logo depois, percebi que também havia perdido os dedos dos pés.", acrescentou
Como as coisas evoluíram?
Entre muitos questionamentos sobre o que vária da vida e como seguiria seu trabalho, Thais ultrapassou barreiras e com incentivo de amigas que mandaram vídeos mostrando que era possível trabalhar com uma mão só, Thais voltou a atuar.
"Comecei a postar minha rotina no Instagram e TikTok como forma de distração e desabafo. As pessoas queriam saber como eu atendia. No início, improvisava com o braço, a axila, inventava soluções. Com a ajuda de um engenheiro, consegui minha primeira prótese de resina. Simples, mas funcional. Poder segurar o espelho odontológico novamente foi libertador. Depois, uma vaquinha organizada por amigas me permitiu adquirir minha primeira prótese biônica, no valor de R$ 150 mil. Mais tarde, por meio de uma decisão judicial e com cobertura do plano de saúde, conquistei a segunda, ainda mais avançada, avaliada em R$ 350 mil."
Como funciona a prótese?
Depois de muitos treinamento intensos com a protese Thais conseguiu ter seguranca para atender novamente: "Para funcionar, é preciso pensar em um estímulo cerebral, mandar esse sinal para o músculo que ainda tem memória muscular. A prótese lê esse sinal e executa o movimento que desejo fazer." explica a dentista que hoje usa duas próteses com funções diferentes: uma mais firme, ideal para procedimentos que exigem força, e outra mais delicada, que me ajuda nos trabalhos estéticos, que exigem tato e sensibilidade.
"Com elas, faço de tudo: implantes, próteses, procedimentos estéticos e cirurgias. Muitos pacientes nem percebem. Os que sabem sentem orgulho de serem atendidos por mim." disse.
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Contigo
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