Parreira alerta contra precipitação na retomada do futebol
Técnico campeão do mundo pela Seleção brasileira em 1994 avalia que a pandemia da covid-19 ainda se mostra muito ameaçadora no País
A experiência de quem viveu 45 anos em atividades ligadas ao futebol, com trabalhos em vários países por longos períodos, dá a Carlos Alberto Parreira a autoridade de opinar sobre assuntos que dizem respeito ao esporte. Não é diferente quando provocado a falar sobre as discussões avançadas que tratam do retorno dos jogos oficiais de futebol no Brasil. Ponderado, mas sem se furtar a responder, diz que, no momento, essa volta seria precipitada.
“Na Europa já está havendo um controle da pandemia e é natural que a vida aos poucos, e o futebol segue isso, vá se ajustando por lá. Mas no Brasil estamos com números crescentes de casos e de mortes causadas pela doença. Ainda não atingimos o auge, o pico, e nossos hospitais funcionam em condições precárias. Acho perigoso arriscar agora”, disse, em entrevista ao Terra.
Ele aprovou atitude recente de Fluminense e Botafogo, que se mantiveram firmes na posição de não apoiar a retomada do Estadual por enquanto, pela exposição de jogadores e demais profissionais do futebol à covid-19. “É uma questão de bom senso. O isolamento continua sendo a melhor maneira de combate ao coronavírus.”
O ex-técnico, no entanto, salientou que compreende as dificuldades por que passam os clubes, dependentes de cotas de TV para manter as obrigações, incluindo a folha de pagamento dos jogadores, em dia. “Estão no sufoco e só recebem se jogar. É um dilema, difícil de administrar. Pelo que tenho lido, visto e ouvido, acho que talvez em julho já possamos ter com alguma segurança o reinício das competições no Brasil.”
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