PUBLICIDADE

Coronavírus

Enfermeiros são agredidos por bolsonaristas durante ato

Profissionais foram chamados pelos apoiadores do presidente de 'sem vergonha', 'covardes' e 'analfabetos funcionais'

1 mai 2020 - 20h20
(atualizado às 20h29)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O protesto de um grupo de enfermeiros por melhores condições de trabalho e pela manutenção do isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus acabou em confusão após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentarem interromper o ato e agredir os profissionais. A manifestação ocorreu na manhã deste sábado, 1.º, em Brasília, na Praça dos Três Poderes.

Enfermeiros tiveram que deixar o local acompanhado de policiais militares
Enfermeiros tiveram que deixar o local acompanhado de policiais militares
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Os enfermeiros fizeram um ato silencioso. Vestidos de jaleco e com máscaras de proteção, eles se posicionaram em fileiras, segurando cruzes e respeitado o distanciamento recomendado de pelo menos um metro entre cada um. Nos cartazes, frases como "enfermagem em luto pelos profissionais vítimas da covid-19. Fique em casa".

O grupo registrou o momento em que cerca de dez pessoas vestidas de verde e amarelo começam a filmar os profissionais e a agredi-los verbalmente. O grupo fazia parte de outro ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Os enfermeiros foram chamados por eles de "sem vergonha", "covardes" e "analfabetos funcionais".

"Vocês vão ser varridos, esquerdopatas. Vocês vão perder. Nós vamos varrer vocês dessa nação", gritou um homem aos enfermeiros.

Depois de alguns minutos, as imagens mostram que o mesmo homem se aproxima de uma enfermeira e se exalta supostamente por causa de um gesto, volta a gritar e a chama de medíocre. Uma outra profissional se coloca entre os dois para proteger a colega. Na imagem, o homem chega a segurar uma das enfermeiras com força, assim como faz com outra pessoas que tentam contê-lo na sequência.

Por fim, os enfermeiros tiveram que deixar o local acompanhado de policiais militares.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade