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Coronavírus

Combinar 1ª dose da AZ com 2ª da Pfizer é eficaz, diz estudo

Estudo foi realizado na Dinamarca e não testou a proteção contra variante Delta; no Brasil, mistura de vacinas tem sido feita com grávidas

3 ago 2021 - 15h04
(atualizado às 15h47)
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A combinação da primeira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com uma segunda dose de imunizantes de RNA mensageiro (RNAm), como os produzidos por Pfizer/BioNTech ou Moderna, fornece "boa proteção ", disse nesta segunda-feira, 3, o Instituto Estadual de Soro (SSI) da Dinamarca.

Um número crescente de países está procurando mudar para diferentes vacinas covid-19 para as segundas doses, medida particularmente necessária na Dinamarca após as autoridades de saúde descontinuarem as inoculações com a vacina da AstraZeneca em abril, em função de raros efeitos colaterais. Mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), além de outras autoridades do setor, já afirmaram que os benefícios superam os riscos no caso da vacina da AstraZeneca

Profissional de saúde segura frasco da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 na Tailândia
07/06/2021 REUTERS/Athit Perawongmetha
Profissional de saúde segura frasco da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 na Tailândia 07/06/2021 REUTERS/Athit Perawongmetha
Foto: Reuters

No Brasil, o imunizante só não é recomendado para grupos específicos, como gestantes. A restrição foi adotada após a morte de uma grávida no Rio que havia recebido uma dose da AstraZeneca no dia anterior. Para as gestantes que já haviam tomado o imunizante da farmacêutica anglo-sueca, a recomendação do Ministério da Saúde foi justamente combinar com uma segunda injeção da Pfizer. A vacina da Moderna não é aplicada no Brasil.

Na Dinamarca, mais de 144 mil pessoas, a maioria funcionários da linha de frente no setor de saúde e idosos, receberam sua primeira injeção com a vacina da AstraZeneca, mas foram posteriormente vacinados com as vacinas da Pfizer/BioNTech ou Moderna.

"O estudo mostra que quatorze dias após um programa de vacinação combinado, o risco de infecção com SARS-CoV-2 é reduzido em 88% em comparação com indivíduos não vacinados", disse o Instituto Estadual de Soro. Essa é uma "alta eficácia", acrescentou o SSI, comparável à taxa de eficácia de 90% de duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, confirmada em outro estudo dinamarquês.

Publicado na semana passada, o estudo abrangeu um período de mais de cinco meses entre fevereiro e junho, período em que a variante Alfa do coronavírus, identificada originalmente no Reino Unido, foi predominante. Não foi possível concluir se a mesma proteção se aplica à variante Delta, que é agora a mais difundida na Dinamarca, em outros países da Europa e nos Estados Unidos, país em que, segundo a plataforma Our World in Data, a Delta já corresponde a mais de 90% dos casos. No Brasil, essa cepa não é a dominante, mas preocupa especialistas. Identificada originalmente na Índia, a Delta é mais transmissível e tem freado planos de reabertura no exterior. 

Estadão
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