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Coronavírus

Com pandemia, varejo tem o pior semestre desde 2016

Vendas aumentaram 8% em junho depois da alta recorde de 14,4% em maio, o que não impediu a queda de 3,1% no primeiro semestre

12 ago 2020 - 09h28
(atualizado às 09h57)
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RIO - As vendas do varejo cresceram 8% em junho ante o mês anterior, após a alta recorde de 14,4% em maio , divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 12. Mesmo com as duas altas seguidas, o setor fechou o primeiro semestre de 2020 com queda de 3,1% na comparação com o mesmo período de 2019, refletindo as medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus. O resultado semestral é o menor desde o segundo semestre de 2016, quando o recuo foi de 5,6%.

Pessoas em tradicional rua de comércio popular no centro do Rio de Janeiro
29/06/2020
REUTERS/Lucas Landau
Pessoas em tradicional rua de comércio popular no centro do Rio de Janeiro 29/06/2020 REUTERS/Lucas Landau
Foto: Reuters

"Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis", disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O resultado ficou acima da mediana das estimativas de 38 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, de crescimento de 4,9% - as projeções iam de uma leve alta de 0,87% a um forte avanço de 19,80%, indicando as incertezas sobre a recuperação do setor.

Na comparação com junho de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 0,5% em junho de 2020. Esse resultado também veio muito melhor do que o esperado pelo mercado financeiro: a medida das estimativsa era de queda de 3,39%, com as projeções indo de reuco de 7,50% a alta de 4,0%.

O economista Caio Napoleão, da MCM Consultores, avalia que a reabertura do comércio em São Paulo e Rio de Janeiro ajudou a sustentar o aumento das vendas em junho, além do auxílio-emergencial de R$ 600. "Mas vale lembrar que temos no Brasil várias cidades em momentos diferentes", disse.

"Os mercados devem continuar em crescimento, o auxílio emergencial também tem garantido um bom desempenho para os segmentos do varejo que são essenciais", afirmou a analista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada, que projeta queda de 4,3% nas vendas do varejo em 2020.

Material de construção e carros

O varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, avançou 12,6% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, mais que o esperado pela mediana das projeções doa analistas, que era de 7,10%.

Na comparação com junho de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado caíram 0,9%. No primeiro semestre, a perda acumulada é de 7,4% e em 12 meses, de 1,3%. / COLABORARAM GREGORU PRUDENCIANO E CÍCERO COTRIM

Estadão
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