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Schumacher: as possíveis consequências de um traumatismo craniano severo

30 dez 2013 - 12h50
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O grave traumatismo craniano sofrido pelo ex-piloto alemão Michael Schumacher no domingo tem provocado vários questionamentos, enquanto os médicos consideram prematuro fazer previsões sobre o seu estado de saúde.

Um traumatismo craniano é um choque recebido na cabeça na altura do crânio, independente de sua violência. Mas, se os traumatismos leves são frequentes e representam poucos riscos, os traumatismos graves, mais raros, provocam lesões cerebrais e a necessidade de tratamento especializado.

O prognóstico é geralmente ligado a importância dos sinais e lesões iniciais.

Parte das vítimas desses casos graves morrem ou ficam com sequelas.

Por que os médicos consideraram nesta segunda-feira prematuro se pronunciar sobre o futuro de Schumacher ?

É normal precaução neste estágio quanto a uma vítima de traumatismo grave, porque os médicos não podem dizer exatamente "se a evolução do problema acontecerá no sentindo de um agravamento ou de uma recuperação", segundo Jean-Luc Truelle, ex-chefe do serviço de neurologia do hospital Foch em Suresnes, perto de Paris.

Geralmente são necessários 48 horas, ou mais, antes de poder formular previsões.

As possibilidades de uma recuperação não são as mesmas para os indivíduos: elas podem variar de acordo com a idade - um homem de 20 se recupera mais facilmente do que um de 70 anos - mas também da condição física, um "bônus" para Schumacher, de 44 anos, um verdadeiro atleta de saúde física e mental "excepcional", segundo Truelle.

Como tratar um traumatismo craniano grave?

Tudo depende das lesões que forem detectadas, principalmente por meio de tomografia: fraturas, hematomas ou edemas cerebrais (que fazem o cérebro inchar após o acúmulo de líquido nos tecidos).

No caso de Schumacher, os médicos encontraram hematomas intracranianos que precisaram de uma intervenção cirúrgica para retira-los, segundo os médicos. Mas a tomografia também revelou um edema cerebral difuso, um fator de gravidade porque provoca hipertensão intracraniana que pode se manifestar por fortes dores de cabeça e vômitos.

Para evitar que o cérebro sofra muito e que as lesões não se tornem irreparáveis, o ex-piloto foi colocado em coma induzido e em hipotermia entre 34 e 35°C para reduzir o consumo de energia do cérebro e, assim, protegê-lo, segundo o professor Jean-François Payen, chefe da UTI do hospital de Grenoble, França, onde o ex-piloto foi hospitalizado.

Trata-se de um tratamento comprovado e amplamente utilizado para tratar este tipo de trauma. Existem também medicamentos para baixar a pressão intracraniana, e uma abertura do crânio.

Lesões hemorrágicas difusas apareceram após a cirurgia. Isto é preocupante?

De acordo com Trudelle, o caráter difuso é "chato, porque isso significa que as hemorragias afetam todas as funções do cérebro". "Não é reconfortante". Porque ao retirar um hematoma, fica mais difícil absorver uma hemorragia difusa.

Quais podem ser as consequências a longo prazo de um traumatismo craniano grave?

É raro sair sem sequelas de um traumatismo grave. As principais sequelas são distúrbios cognitivos (mudanças de comportamento, irritabilidade, lentidão, memória prejudicada e atenção) e, mais raramente, distúrbios de movimento (paralisia, perda de equilíbrio) e convulsões.

Uma reabilitação é possível, mas muitas vezes é longa e complexa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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