Vídeo mostra protesto contra anistia na Paulista, não comemoração pela prisão de Bolsonaro
GRAVAÇÃO ORIGINAL FOI PUBLICADA EM 21 DE SETEMBRO; EX-PRESIDENTE FOI PRESO PREVENTIVAMENTE EM 22 DE NOVEMBRO
O que estão compartilhando: vídeo de uma manifestação em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). As imagens foram publicadas no Facebook em 23 de novembro de 2025, dia seguinte à prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), com a legenda "Avenida Paulista, agora".
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. O vídeo foi publicado originalmente no dia 21 de setembro, e mostra uma das manifestações contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. O ato reuniu 42,4 mil pessoas na Avenida Paulista, segundo cálculo do Monitor do Debate Político do Cebrap/USP e da ONG More in Common.
Saiba mais: A postagem no Facebook reproduz, sem contexto, um vídeo da conta @pragmatismopolitico. Ao acessar esse perfil no Instagram, descobrimos que a gravação foi publicada no dia 21 de setembro de 2025. Confira o conteúdo original:
Na data, aconteceram manifestações em diversas cidades do País contra uma Proposta de Emenda à Constituição que tinha o objetivo de dificultar investigações contra parlamentares, que ficou conhecida como PEC da Blindagem. Os manifestantes também eram contra o projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. O Estadão cobriu o ato na Paulista e contou um público, no momento de pico, entre 36,8 mil e 46,8 mil participantes.
A PEC da Blindagem foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 16 de setembro e então rejeitada e arquivada pelo Senado no dia 24 do mesmo mês. Já o projeto de lei que tenta anistiar os acusados e condenados pelas manifestações golpistas do 8 de Janeiro segue em debate na Câmara.
O vídeo descontextualizado não tem relação com a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada no último sábado, 22 de novembro. A medida foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, diante de pedido da Polícia Federal, de informação da violação da tornozeleira do ex-presidente e de parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A postagem analisada aqui também passou pela checagem da agência Reuters.