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Não há evidências científicas de que água com gás aumente pressão a níveis prejudiciais à saúde

AUMENTO DA PRESSÃO DURA DE UM A DOIS MINUTOS E É RESPOSTA NORMAL DO ORGANISMO; AUTOR DO VÍDEO FOI PROCURADO MAS NÃO RESPONDEU

29 ago 2025 - 15h42
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O que estão compartilhando: em vídeo, nutricionista afirma que as pessoas não devem consumir água com gás, principalmente gelada, porque ela faz aumentar a pressão arterial. Ele cita dois estudos que confirmariam sua tese.

Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Um dos estudos citados no vídeo foi feito em adultos jovens saudáveis, que consumiram água com gás e sem gás. O resultado quanto ao aumento da pressão foi o mesmo: o consumo de água, independente de ela ser gaseificada ou não, pode elevar a pressão arterial por um período de um a dois minutos após a ingestão.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) disse que o efeito do aumento de pressão após a ingestão da bebida parece "estar relacionado ao reflexo de deglutição, uma resposta fisiológica natural do organismo, sem implicações negativas para a saúde". A entidade também aponta que, apesar de haver sódio na composição da água com gás, a quantidade em muitas marcas comerciais é insignificante quando comparada à ingestão diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O autor do vídeo foi procurado, mas não respondeu até a publicação deste texto.

Saiba mais: O conteúdo investigado foi publicado no Instagram de um homem que se apresenta como biólogo, cientista e nutricionista. Só a postagem original tem mais de 16,5 mil curtidas, mas ela foi reproduzida em outras contas nas redes sociais. Segundo o autor do vídeo, a água com gás é boa para ser usada em primeiros socorros, mas não é uma bebida saudável como se acredita.

Sociedade Brasileira de Hipertensão desmentiu conteúdo

Em nota oficial, a SBH comunicou que não há evidências científicas consistentes de que beber água com gás cause uma elevação significativa da pressão arterial na maioria das pessoas. Os dois estudos citados no vídeo não dizem que é preciso evitar a bebida.

Um dos artigos fala sobre a resposta do organismo à ingestão de água com gás fria por adultos jovens e idosos em casos de caso de hipotensão aguda - ou seja, quando há uma queda de pressão pontual. Nesse caso, os autores do estudo concluíram que a água com gás, especialmente fria, pode ser um método adequado para primeiros socorros, já que provoca um aumento da pressão arterial.

O outro estudo conclui que beber água gaseificada fria "aumenta o índice de fluxo sanguíneo cerebral, a pressão arterial, a motivação e a euforia, enquanto diminui a sonolência, em relação à ingestão de água fria sem gás". Isso vale para adultos jovens saudáveis e ativos em estresse causado por calor ambiente.

Na nota da SBH, as especialistas Debora Colombari e Marcia Simas afirmam que os estudos citados no vídeo indicam que "tanto a água com gás quanto a sem gás - ambas em temperatura ambiente - podem provocar um aumento transitório da pressão arterial (até 10 mmHg), que dura cerca de 1 a 2 minutos após a ingestão".

Isso vale para indivíduos jovens, com pressão arterial normal e sem disautonomia - ou seja, sem distúrbios que afetam o sistema nervoso autônomo, que controla funções automáticas do corpo, como batimentos cardíacos, pressão arterial e suor.

Esse aumento da pressão por um ou dois minutos não indica um dano à saúde, e sim uma resposta normal do corpo. "Esse efeito parece estar relacionado ao reflexo de deglutição, uma resposta fisiológica natural do organismo, sem implicações negativas para a saúde", afirmam Debora Colombari e Marcia Simas.

Água com gás tem sódio, mas em baixa quantidade

Uma informação que pode confundir as pessoas e levá-las a crer que beber água com gás faz mal à saúde é o fato de a bebida conter sódio. No entanto, segundo a SBH, o teor de sódio presente na água com gás costuma ser baixo, muito inferior do que a OMS recomenda consumir diariamente, que é de até 2.000 mg/dia. Isso significa cerca de uma colher de chá de sal.

"Muitas marcas comerciais apresentam níveis muito baixos, geralmente próximos ou inferiores a 1 mg/litro. Esse valor é insignificante quando comparado à ingestão diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde", diz a nota.

O ideal, diz a entidade, é que as pessoas se atentem ao rótulo da bebida e prefiram comprar aquelas com baixo teor de sódio - de preferência, inferior a 20 mg/litro.

Estadão
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