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Fragmento de vírus utilizado na produção da vacina da Pfizer não representa risco de câncer

MATERIAL É PROVENIENTE DO VÍRUS SÍMIO SV40, QUE TEM POTENCIAL DE CAUSAR TUMORES, MAS PARTES QUE FORAM USADAS NA FABRICAÇÃO DO IMUNIZANTE NÃO SÃO INFECCIOSAS

24 jul 2025 - 11h10
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O que estão compartilhado: que um componente altamente canceroso do vírus símio SV40 estaria presente na vacina da Pfizer contra a covid-19. Isso poderia estar causando câncer em quem a recebeu.

Captura de tela da postagem verificada
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Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é enganoso. Apenas partes não infecciosas do DNA do vírus símio SV40 foram utilizadas no processo de fabricação da vacina da Pfizer contra a covid-19. O que tem potencial canceroso é o vírus em si, em sua totalidade, e ele não está presente na vacina. Embora possa haver resíduos de DNA no produto final, eles estão degradados e dentro dos limites de segurança permitidos. As informações foram confirmadas por agências regulatórias como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), pela própria Pfizer e por estudos científicos.

Vacina não contém vírus SV40

Em dezembro de 2024, em resposta a um médico da Flórida, a FDA afirmou que nenhuma proteína do vírus SV40 está presente nas vacinas. Da mesma forma, um representante da EMA relatou à Associated Press (AP) que "não há evidências que indiquem a presença do SV40, um vírus encontrado em rins de macaco que pode potencialmente causar câncer em humanos, na formulação das vacinas contra a covid-19?.

Além da AP, PolitiFact, Observador e Lupa desmentiram a presença do vírus SV40 na vacina da Pfizer contra a covid.

Vacinas contra covid-19 não causam câncer colorretal, ao contrário do que diz post sobre Preta Gil

Em seu site, ao responder a falsos rumores sobre a vacina, a Pfizer esclarece no tópico "a vacina contra a covid-19 causa câncer?" que frações não infecciosas da uma sequência do vírus SV40 estão presentes no material inicial utilizado para a produção do mRNA contido na vacina. E que este material inicial de DNA não contém oncogenes, que são genes que podem ter o potencial de causar câncer.

O virologista Amílcar Tanuri, que coordena o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o que pode causar câncer é o vírus inteiro, não um pequeno fragmento dele utilizado na produção da vacina.

"Para você fazer o RNA que está na vacina, é necessário um DNA de molde, e esse molde de DNA contém um pequeno fragmento de SV40?, explica Tanuri. "Após a produção do RNA, esse DNA é destruído, mas acaba sobrando um pequeno resíduo dele na vacina, que está abaixo dos limites exigidos pelas agências reguladoras".

Pfizer afirma que atendeu controles de qualidade exigidos por agências sanitárias

Procurada pelo Estadão Verifica, a Pfizer enviou um comunicado (veja abaixo) no qual reafirma que o vírus símio SV40, presente na natureza, não está incluído na vacina conta a covid. E acrescenta que "partes específicas e não infecciosas dele, que são comumente usadas na indústria farmacêutica, estavam presentes no material inicial usado pela Pfizer e BioNTech".

A Pfizer destaca que a vacina foi avaliada por várias autoridades regulatórias, como a FDA, a EMA e a Anvisa, e atendeu a todas as diretrizes de segurança e controle de qualidade. "Essas agências aprovaram a vacina da Pfizer contra a covid-19 com especificações estabelecidas para desenvolvimento e fabricação", complementa a nota.

No comunicado, a Pfizer ainda diz que pequenas quantidades de fragmentos virais podem ser encontradas em várias vacinas aprovadas, incluindo vacinas contra influenza e hepatite, que têm sido administradas globalmente por mais de 30 anos.

A farmacêutica acrescenta que já distribuiu mais de 4,8 bilhões de doses da vacina contra a covid para mais de 183 países, e não há qualquer alerta de segurança.

DNA residual das vacinas não representa risco

O vídeo analisado pelo Verifica afirma que qualquer DNA residual encontrado nas vacinas tem o potencial de causar cânceres. Isso porque, na explicação do vídeo, qualquer DNA residual poderia causar o controle desordenado de células cancerígenas. Mas isso não é verdade, de acordo com estudos científicos e órgãos reguladores de saúde.

O DNA residual é uma "impureza relacionada ao processo de fabricação" das vacinas de RNA, que não afeta o produto final. Como dito anteriormente, é preciso um DNA de molde para fabricação dessas vacinas, por isso pode haver presença de DNA residual nas doses.

Um estudo publicado em maio na revista Vaccine mostrou que o DNA residual encontrado nas vacinas de RNA contra a covid-19 está dentro dos limites de segurança exigidos pelo órgãos reguladores. Os pesquisadores explicam que, para garantir a segurança das vacinas de RNA contra a covid-19, o DNA residual oriundo do processo de produção é limitado a 10 nanogramas (ng) por injeção.

Não há evidências de que o material possa se fundir ao DNA humano e aumentar o risco de câncer, como mostraram o site Science Feedback e a Global Vaccine Data Network. O Estadão Verifica e o Projeto Comprova, do qual o Estadão faz parte, já desmentiram diferentes alegações de que as vacinas covid alteram o DNA humano (aqui, aqui, aqui e aqui).

Em outubro de 2024, a agência regulatória da Austrália, Therapeutic Goods Administration (TGA), chamou de desinformação as alegações de excesso de DNA residual nas vacinas de RNA contra a covid-19. E afirmou que todos os lotes analisados no país estavam com DNA residual abaixo do nível de 10ng por dose. A TGA afirmou ainda que nem ela nem qualquer outra agência regulatória internacional estabeleceu alguma ligação casual entre vacinas contra covid e algum tipo de câncer.

Na carta de dezembro do ano passado, a FDA afirmou que testes em animais mostraram que não há evidências de genotoxicidade nas quantidades mínimas de fragmentos de DNA residual presente nas vacinas de RNA contra a covid-19. O órgão acrescentou que "dados de farmacovigilância (após a aplicação em populações humanas) em centenas de milhões de indivíduos também não indicam evidências de genotoxicidade".

Alegações sobre o risco de SV40 em vacinas remontam aos anos 1960

As alegações de que vacinas podem causar câncer tem origem na descoberta, na década de 1960, de que algumas das vacinas contra a pólio aplicadas no Estados Unidos entre 1955 e 1963 foram infectadas pelo vírus símio SV40, como mostrou o Projeto Comprova. No entanto, estudos realizados não foram capazes de comprovar aumento de incidência de câncer nas pessoas que receberam a vacina naquela época.

Uma página dos Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC) sobre preocupações históricas a respeito de vacinas afirma que os estudos não encontraram associação causal entre o recebimento de vacina contra poliomielite contaminada com SV40 e o desenvolvimento de câncer.

Estadão
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