Caso Vitória: suspeito se torna réu por feminicídio e é preso preventivamente; saiba mais
Principal suspeito pelo assassinato de Vitória, Maicol se torna réu na Justiça; homem é preso preventivamente até julgamento
Nesta quarta-feira (30), o caso do assassinato de Vitória Souza, de 17 anos, ganhou novas atualizações. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra Maicol Santos, principal suspeito do crime. Agora preso preventivamente - ou seja, sem prazo para saída -, o homem se torna réu por sequestro, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.
Qual foi a decisão da Justiça?
Segundo a acusação, Vitória foi abordada por Maicol, de 26 anos, quando saiu do shopping onde trabalhava em Cajamar, São Paulo, no dia 27 de fevereiro. O corpo da jovem foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura, em uma área de mata fechada. Investigações apontaram que Maicol agiu sozinho no crime, mas um novo inquérito será aberto para saber se ele teve ajuda de alguém para esconder o cadáver.
A Justiça acatou o pedido da Promotoria de prisão preventiva, para que o homem responda pelos crimes na cadeia. "É chocante você ver uma pessoa morrer pelo simples fato de ser mulher", disse o promotor Jandir Moura Torres Neto. A audiência do caso ainda será marcada, testemunhas e réu serão interrogados novamente e, após isso, será decidido se o caso irá ou não a júri popular.
Confissão do crime
Preso desde o dia 8 de março, Maicol é considerado o único suspeito do assassinato de Vitória. Inicialmente, o homem chegou a confessar o crime em vídeo gravado na delegacia. No depoimento, ele conta que viveu um relacionamento extraconjugal com a vítima há cerca de um ano, e que estava sendo ameaçado por ela de contar tudo para sua esposa.
Dias após a confissão, no entanto, os advogados de Maicol divulgaram um áudio no qual o suspeito alega ser inocente, e dizendo que fez a confissão pois foi coagido pelos policiais. A defesa afirma que o homem não cometeu o crime, e por isso não compareceu à reconstituição do caso.
O que diz a investigação?
Na semana passada, laudos do Instituto Médico Legal (IML) concluíram, a partir de exames de DNA, que o sangue encontrado no carro de Maicol era de Vitória. A informação foi confirmada por ele no vídeo de confissão, quando alegou ter dado uma carona para a vítima e a discussão entre eles ter se intensificado. "Ele começou a me agredir e foi a hora que eu reagi. Sempre andei com uma faca no carro. Aí, no momento da exaltação, eu acabei desferindo dois golpes no pescoço dela", disse ele.
A investigação diz que Maicol, vizinho de Vitória, se comportava como um stalker e seguia os passos da jovem obsessivamente. Agora, está sendo acusado de sequestro qualificado, feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.