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Trânsito

Caminhoneiros fecham rodovia estadual no interior de SP

Marechal Rondon (SP-300) ficou fechada por cerca de duas horas. Congestionamento chegou a 30 quilômetros

1 jul 2013 - 19h31
(atualizado às 19h35)
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Cerca de 120 caminhoneiros fechou um trecho da rodovia estadual Marechal Rondon (SP-300), na altura do pedágio do município de Glicério, no interior de São Paulo, nesta segunda-feira. O bloqueio, ocorrido entre a manhã e início da tarde desta segunda-feira, causou congestionamento de aproximadamente 30 quilômetros nos dois sentidos da rodovia.

Os caminhoneiros começaram a se reunir pela manhã num posto, às margens da rodovia, em Araçatuba. De lá, eles seguiram para o pedágio de Glicério, onde fecharam a via nos dois sentidos. 

Apenas ambulâncias e veículos que transportavam cargas perigosas foram liberados para passagem pelo acostamento. Os caminhoneiros ameaçavam interditar o pedágio e entrar em fila na cidade de Araçatuba com seus veículos, mas desistiram da ideia depois de conversas com os policiais rodoviários, que acompanharam a movimentação e impediram o fechamento do pedágio com a justificativa de garantir a segurança para manifestantes e motoristas. 

Depois de duas horas, o trecho foi liberado. Esta foi a segunda interdição da rodovia. A última ocorreu na última sexta-feira (28), quando a Polícia Rodoviária foi obrigada a estabelecer rotas de desvios para escoar o tráfego na rodovia. Os caminhoneiros dizem que os bloqueios vão continuar até quinta-feira.

A manifestação foi organizada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC). Os manifestantes protestam contra a cobrança de pedágio por eixo erguido (eles não pagavam pelos eixos suspensos dos caminhões), medida anunciada pelo governo paulista. Também pedem a tarifa zero de pedágio para os caminhões, criação de subsídio para o óleo diesel, isenção de Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para caminhões e criação de uma secretaria de transporte rodoviário de cargas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Araçatuba e Região, Sérgio Barsalobre, “as taxas impostas pelo governo representam hoje 20% do valor do frete”, o que reduz os ganhos da categoria. Além disso, segundo ele, a categoria não pode continuar bancando os benefícios de outros. “Eles vão dar subsídio para os ônibus e nós vamos ter de pagar o chamado eixo suspenso, o que vai trazer prejuízos para nós”, explica.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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